sexta-feira, 25 de junho de 2010

 

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti

#Ao Som de Silverchair - Roses

domingo, 9 de maio de 2010

Lótus

Muitos anos depois, recurvado sobre o túmulo, haveria de lembrar do perfume adocicado de Lótus que aqueles cabelos ruivos, selvagens, traiçoeiros e promissores emanavam.

Monte Verde era incrivelmente frio e romântico no mês de Julho.

Os enamorados gostavam de ficar na varanda sentindo o vento envolver-lhes com aquele sopro gélido, para depois aninharem-se debaixo dos cobertores: os corpos mudando de temperatura e esquentando-se gradualmente.

O fim de semana estava quase no fim. Ela sabia que uma amante não tinha direito de exigir exclusividade, era condenada a contentar-se com uma pequena fatia do amor. Por saber disso que durante anos, tornou daqueles os momentos mais intensos, mas nos últimos meses a realidade havia mudado.

O segredo que guardara deveria ser quebrado naquele domingo: Teria que contar a verdade, mesmo que o ferisse.

Após relaxar na banheira deitou, ainda com os cabelos molhados, no sofá da suíte. Chamou-o e graciosamente tomou-lhe as mãos, prendeu a respiração e disse a frase, carregada de pesar, que mudaria completamente o curso da vida de ambos: - Meu amor, eu estou morrendo.

Ele não a questionou e consentiu, mas por dentro a dor corroía-lhe as entranhas. Beijou-a na boca pela última vez e adorou cada centímetro do corpo feminino que tanto o encantava, desejando tê-lo para sempre.

Tomada por aquele momento penoso e com o coração aos prantos, ela tentava manter a face serena, disse o quanto o amava e que queria ficar apenas envolvida no calor dos teus braços. Minutos silenciosos depois, selou as pálpebras e caiu em um sono eterno.

Durante horas, seu corpo foi banhado por centenas de lágrimas aflitas, derrubadas por aquele homem que estava fadado a sofrer por amor até que a sua própria morte cessasse aquela angústia.

Por Mirabelle

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cartão de Visitas

Meu coração está despedaçado, mas não há exatamente um culpado para tal feito, seria impossível apontar o dedo na direção de uma só pessoa: Cada dedo das minhas mãos estaria apontando para alguém diferente.

O estranho é que ainda dói. Acho que depois de certo tempo há uma combinação das dores passadas que outrora me feriram - e ainda me machucam, mesmo que moderadamente - e isso as torna mais intensas. Sempre passam para deixar um cartão de visitas ou um olá qualquer.

É aquele hóspede volúvel: Aparece quando menos se espera e de uma forma quase imperceptível e inocente. Dou-lhe abrigo. Ele come da minha comida, veste minhas roupas, dorme na minha cama e claro... Se acomoda, e com a convivência, consequentemente, incomoda. Às vezes tenta fazer-me de gato e sapato: As entranhas vão torcendo-se, a agonia vai tomando conta de todos os meus sentidos até que, quando finalmente paira a idéia da liberdade e ele se vai, logo chega outro hóspede querendo virar tudo de cabeça para baixo novamente.

Por Mirabelle

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dia de Chuva

 

Chuva 048

Foto: Tamires Lemos de Assis

 

Campinas, 28 de Dezembro de 2009

Às 11h15 p.m – Segunda Feira

E mais uma vez, a chuva acabou com o seu plano de caminhar às 6h30 da manhã. Colocou as pantufas, foi até a cozinha e bebeu um copo d’água. "Gosto de barro, uma delícia. Filtro novo sempre deixa esse “toque especial”". Cogitou a possibilidade de passar um café, mas a combinação chuva+frio a deixou incrivelmente preguiçosa, então decidiu voltar para debaixo das cobertas e dormir mais um pouco.

Acordou quinze minutos depois com gotas d'água caindo em seu rosto: Esquecera a janela superior aberta. Voltou ao aconchego de sua cama. Vinte minutos depois, acordou ensopada, a sensação úmida foi atribuída rapidamente à mesma janela: Será que abriu com o vento? Será que não fechei direito? Mas obteve a resposta assim que olhou para cima: Goteiras. Praguejou baixinho: Porcaria!

Colocou as pantufas, voltou a cozinha e pegou uma panela, deixou-a sobre a cama e decidiu dormir no sofá. Como o edredom estava molhado, foi até o guarda-roupas e providenciou outro, não era o seu preferido, mas melhor com ele do que sem nenhum. Ainda com os olhos semi cerrados pela irritação matutina aos raios solares, rumou para a sala.

Ia esperançosamente deitar-se no sofá, quando ouve um grunhido: "Será o meu estômago? Devia ter tomado café e comido algo…Não, é Keira!" Sua cachorra estava dormindo sobre a colcha que ganhara no Natal passado. “Já pra fora!!”. Mas a cadela preguiçosa não se moveu, apenas piscou e babou um pouco, em si própria e na colcha marrom. “Ótimo”, pensou ela. “Perdi minha cama primeiro e agora o sofá…E pra uma cachorra!”.

Decidiu passar pelo quarto para ver se a panela já estava cheia d’água. No começo, quando percebeu que a mesma estava quase transbordando e que teria que esvazia-la, ela sentiu uma pontada de irritação, mas depois foi dominada por gargalhadas: Começara o dia com o pé esquerdo, a situação era ridícula! Não poderia ficar pior!

Porém…Todos sabem o que acontece quando a frase “Não poderia ficar pior” é proferida. As coisas, como se não estivessem ruim o suficiente, não só continuam acontecendo como ocorrem com maior freqüência e intensidade.

Keira começou a latir, tirando-a de seus pensamentos murphianos. “Pronto, o que será que essa cachorra louca quer agora? Ainda não está satisfeita?”. Keira latia em cima do sofá, pulando pra lá e pra cá, inquieta. A cachorra estava molhada…NÃO! Depois de dez minutos, havia cinco panelas na sala: Três no sofá, uma perto da TV e outra na porta de entrada.

Se existia uma coisa que ela detestava mais do que não conseguir dormir, era goteiras.

 

Por Tamires Lemos de Assis

sábado, 26 de dezembro de 2009

Poderia ser Doce…

choro

Campinas, 23 de Dezembro de 2009

Às 09h20 p.m – Quarta-Feira

Eu, que procuro em outros olhos o brilho dos teus, que almejo beijos quentes e úmidos em meus lábio secos, que tateio em vão o vazio na ilusão de te encontrar, contemplo a escuridão como se fosse o fundo do meu próprio coração.

[Poderia ser doce, eu sei. Tocar seu coração, não deixa-lo partir nunca, segurar suas mãos entre as minhas e dizer, olhando-te, sinceramente o quanto te amo.]

Amei-te…Tanto! E de infinitas formas, muito mais do que eu realmente podia amar. Mas tudo que se ganha, de alguma forma, um dia perde-se.

[Mas a vida é cheia de caminhos…Por ora tortuosos.]

E chegou o dia em que aquele brilho sumiu, os lábios secaram-se de vez, as mãos encontraram apenas o chão frio, a mente vagou durante um último instante, encontrando restos de um passado remoto…

[Estou fechando os olhos…Matando-te. Para sempre.]

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Marisa Monte

Infinito Particular

 

Composição: Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Doces Ilusões…

 

 

Parte II – Lavanda

 

Rebeca sentiu suas veias bulirem, as artérias expandindo-se para suportar a demanda de sangue que corria freneticamente por todo seu corpo.

O frenesi logo se dissipou e foi substituído pelo desfalecimento: Suas pernas bambearam e sua vista começou a escurecer. Em vão, tentou agarrar-se à porta para não cair, mas seus pensamentos concentravam-se apenas na única coisa que realmente importava naquele instante: Até quando suportarei?

As pálpebras selaram-se e ela desmaiou.

Acordou deitada em meio a flores, o vento acariciava sua face trazendo consigo um agradável cheiro de lavanda, sua irmã gêmea Katherine ao longe colhia framboesas e colocava-as numa cesta enfeitada com margaridas. Isabel também estava lá, loura e magricela, correndo por entre as flores e esvoaçando seu vestido azul de cetim, bailando na imensidão lilás.

Providas de lábios largos, cabelos negros anelados e belíssimos olhos castanhos, as gêmeas sempre chamavam atenção mesmo com seus dezessete anos de idade. Rebeca e Katherine facilmente podiam ser confundidas, a única diferença fisicamente aparente entre as duas, era a marca de nascença que Rebeca trazia em sua coxa esquerda.

O sol quase ofuscava seus olhos, quando Rebeca ouve Isabel chamando-a de algum lugar distante do campo. Katherine também ouve o chamado e juntas, decidem procurar pela amiga. Caminhando sem saber onde encontrá-la, as gêmeas começam a ficar preocupadas, pois Isabel não respondia aos seus chamados. Foi Katherine quem a viu parada na entrada da gruta. Aproximaram-se às pressas da amiga gritando por ela, mas Isabel não movia nenhum músculo sequer. Ao tocá-la, Rebeca saltou para trás. A expressão na face da garota era terrível, um misto de desespero e agonia.

Foi nesse dia, 27 de Janeiro, que elas encontraram o primeiro corpo. Anos depois, Rebeca ainda lembraria daquela cena do crime, e atordoada com as lembranças, despertou engasgada com um forte cheio de lavanda.

-

Continua…

domingo, 22 de novembro de 2009

Doces Ilusões…

 

 

Parte I - A Fuga

 

Rebeca deparou-se com o espelho no caminho do corredor: estava sujo.

Pode observar suas feições nele, e não gostou do que viu: estavam mórbidas.

Delineador nos olhos negros, batom cor de vinho nos lábios secos, e um perfume qualquer no seu pescoço pálido, fez com que se sentisse um pouco melhor, mas não menos imunda.

Já era tarde, e não importa o que acontecesse, ela sabia que estava encrencada.

Cuidadosamente, pegou as chaves em cima da mesa da cozinha, pegou sua bolsa no canto do sofá, e dirigiu-se até a porta.

Sua mão tremia, e só na quinta tentativa, conseguiu encontrar a chave certa. Por uma fração de segundos, sentiu-se aliviada. Imaginou-se chegando ao seu apartamento, descalçando os sapatos, tirando a meia-calça, prendendo os cabelos, jogando as chaves e a bolsa em cima da cama, e tomando um longo e quente banho de sais. Chegou a acreditar que era real, de tão desejado que era o pensamento. Mas enganou-se.

Um ranger de móveis a fez despertar, voltar para a realidade.

Era ele. Só de pensar na palavra "ele", ou qualquer coisa que pudesse lembrá-lo, Rebeca estremecia. Tinha que fugir, o mais rápido possível.

Ao invés disso, ficou questionando-se por tamanha falta de atenção, e ela sabia, sabia que cada milésimo de segundo estava sendo contado: uma bomba prestes a explodir.

Talvez se tivesse deixado o barulho de lado, colocado a chave na fechadura e dado duas voltas, dado os cinco passos até o elevador... Talvez, se ela fosse ágil...

Sim, era ele. Impossível não reconhecer a sua voz, o seu urro irado, sua insatisfação. Antes que pudesse pensar em fugir, ele aparece no fundo do corredor. O rosto coberto de suor do homem transmitia algo que Rebeca infelizmente já sabia: Ele poderia matá-la.

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Continua…

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma (Fantasia). Outra (História). (Mais) Paixão.

Pra noite saiu por querer,
Lábios e olhos delineados de desejo.
No balcão do bar o bem querer:
Um brinde que selou-se com beijo.

Giro e dança no meio do salão,
Batida de rock envolvente.
Livre e leve sensação:
Dois corpos bailando num ritmo ardente.

Por Mirabelle

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PS: Poesia dedicada a um indivíduo, cujo o nome não será revelado. Iremos chamá-lo daqui pra frente de Leon G.T.

;P

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

#Friday

 

Pérola 064

 

Hoje o dia está lindo, que sexta feira mais gostosa!!

Super animada com o fim das aulas, daqui um mês é minha formatura!! Já estou escolhendo o modelo do vestido pra minha mãe costurar, pensando no penteado e na maquiagem e no quanto vai ser divertido me acabar de dançar a noite inteira ;D

Eu disse que boas novas viriam, e elas vieram mais cedo do que nunca: Consegui mesmo estágio, e se der tudo certo em Dezembro já estarei empregada! Mal vejo a hora de começar a estagiar e poder fazer parte de uma grande empresa, certificada em qualidade ainda, colocar na prática tudo que aprendi nesses três anos de curso e aprender coisas novas, adquirir experiência, conhecer pessoas e me relacionar bem com elas.

Foi-se o tempo em que mudança era sinônimo de desconforto, hoje qualquer mudança é bem-vinda, tudo possui os dois lados da moeda e eu sei aproveitar principalmente o lado bom! Quero abraçar de fato a idéia de que esse será o primeiro passo de muitos que estão por vir, cada vez mais deixando-me empolgada e feliz!!

Além do estágio, a novidade é que vou finalmente tirar carta, fazer curso de inglês, doar sangue e começar um cursinho, já que não estou preparada pro vestibular este ano, mas sem problemas, foi-se também o tempo em que vestibular me preocupava, agora ele é só um bônus.

Postarei com mais frequência…Minhas energias estão recarregadas ;)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Beatriz Kanupp

biazinha

Eis que nasce em plena segunda feira, dia 19.10.09, Beatriz Kanupp da Silva Oliveira, com 4,08kg e 49cm de pura graciosidade!!

É a coisinha mais fofa que eu já vi nesse mundo, pezinhos e mãozinhas perfeitas, olhinhos brilhantes e bochechas que dão vontade de morder! Nhaaaaacc!

É com muito gosto que dou-lhe boas vindas pequena Bia, por que com certeza você será uma menina muito inteligente, cheia de saúde e amada por todos nós, corujões de plantão!

Pode ser bobeira, mas estou muito feliz mesmo com esse contato com a maternidade(alheia), é como se o bebê fosse meu(segundo meu pai)! Fui visitar a mamãe e a filhinha Kanupp na sexta e já estou querendo visitá-las de novo, de tão grande que é a ansiedade e euforia ;PP

Fecho o post babão e mimimi de hoje desejando que todas as coisas boas do mundo caiam sobre essas duas pessoas que fazem parte da minha vida, e que são muito especiais!

#Ao som de Arizona – Kings Of Leon

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

I Gotta Feeling…

Hoje sinto-me particularmente bem, não sei se devido ao fato de que falta apenas um mês para o término das aulas, ou se por meu cabelo ter ficado ótimo após o banho, ou até mesmo por que pintei minhas unhas de violeta e fiz frango assado com batatas no almoço, mas sim, sinto-me diferente de alguma forma e isso é perfeito!

Tão bem, que decidi escrever algumas linhas sobre este momento único, esta euforia que precorre o meu corpo me deixando simplesmente feliz. Sim, feliz e feliz!

E pensar que o dia tinha tudo pra ser triste, nostálgico e melancólico…Mas não, creio que isto eu já superei há um bom tempo, daqui pra frente só coisas boas, interessantes e mágicas fazem parte da miinha vida. Eu sei que é difícil recomeçar e reconstruir um coração, juntar os pedacinhos e tentar encaixá-los da melhor forma possível, mesmo sabendo que sempre haverá um ou outro pedaço perdido, que impedirá que tudo volte a sua forma original, mas sabendo também que pode ser acrescentado um outro pedaço de um material mais resistente, que fará com que a nova forma obtida seja muito melhor do que a inicial. O importante é nunca deixar de tentar juntar os pedaços, sempre procurando preecher os vazios.

No fundo deve ser isso, levei muito tempo para juntar os cacos do meu frágil coração de vidro, agora sinto que acharei um material mais resistente(metal) para acrescentar a ele, colar com super bonder e finalmente, fazer um pseudo coração de ferro.

De qualquer forma, hoje é e sempre será um excelente dia!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

@itmusthavebeenlove

 

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Hoje logo pela manhã acordei com o despertador do celular tocando “Last Kiss” do Pearl Jam, levantei, acordei o meu irmão e ao invés de me arrumar para ir ao colégio, simplesmente envolvi-me novamente no calor aconchegante dos cobertores. Dormi profundamente.

Após levantar, senti algo estranho no ar. O dia estaria diferente ou seria eu? Fiz o almoço, mexi no computador, li poemas do Vinicius de Moraes e assisti Friends. Poderia obviamente ter parado por ai, ter pego meus livros de Português, Inglês, Geografia e História e ter estudado para o simulado de Humanas de amanhã, mas não. Meu irmão diz da sala: –Tamires, vai passar um filme chamado Diário de Uma Paixão, você vai querer assistir?

No mesmo instante, como um instinto, minha mente me manda uma mensagem: -Não, você não vai assistir por dois motivos. Primeiro, você precisa estudar para o simulado de amanhã, segundo e mais importante, você NÃO QUER chorar litros como da última vez, não quer tirar o band-aid da ferida, não irá cotucá-la e rancar a casquinha do machucado, quase cicatrizado, pra faze-lo sangrar novamente!

Como boa teimosa que sou, já imagina o que aconteceu, certo? Sim, fui assistir ao filme. Aquele que vi pela primeira vez em novembro de 2008, época de mudanças, de pessoas novas, de sentimentos novos…Lembro como se fosse hoje, chorei tanto! A cada cena que passava, cada diálogo, expressão de dor ou amor, lágrimas e lágrimas escorriam dos meus olhos. Eu me indentifiquei completamente com a personagem, parecia que vivia o drama que o casal principal estava vivendo no filme! E dava risada, chorava, lamentava e pulava no sofá, foram soluços e gritinhos excitantes durante as horas que se seguiram…Depois o vazio, a pior parte.

E hoje revivi todo aquele momento, aquele drama…Mas de uma forma diferente por que não mais era a garota de 2008, era a garota de 2009 que possuia novos sentimentos e novas emoções. A trilha sonora e as cenas encorporaram outros significados, mas não menos dolorosos. Absolutamente me identifiquei com essa nova mensagem do filme, até mais que da última vez.

Por que? Tenho medo da resposta. Dizem que temos sempre duas escolhas para fazer, a mais fácil e a mais difícil, e na maioria das vezes estamos pensando nos outros, em como as pessoas se sentiriam a cada passo que damos no qual alguem acaba se machucando no final, é inevitável. Mas por que quem se machuca no final sou sempre eu? É uma regra isso?

Uma vez na vida parei pra pensar no que EU quero, e não no que os OUTROS querem. Desta forma, senti-me um pouco melhor. O passado sempre volta pra nos assombrar, disso não tenho dúvida alguma, mas cabe somente a mim deixar que ele me assombre, que me impeça de seguir em frente e reconstruir minha vida da melhor forma possível. E mesmo e tendo o conhecimento de que esta é a escolha difícil, aquela que na maioria das vezes deixamos de lado por que é mais trabalhosa, eu opto por ela. Sim, irei pelo caminho mais tortuoso, sabendo que a cada momento poderei chegar a uma encruzilhada e ficar hesitante, sem saber por onde ir, o que fazer. Opto por ela para me reinventar, descobrir a cada passo um novo eu, me surpreender com as coisas das quais sou capaz de fazer, com o desconhecido, com o provavél e o misterioso. Se irá dar certo? Isso é uma icógnita. Se irá doer? Certamente, tudo nessa vida dói e nos fere mais cedo ou mais tarde. Se serei feliz? Ah, e como!! ;D

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Por Mirabelle

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#Ao som de It Must Have Been Love - Roxette

domingo, 4 de outubro de 2009

Old Times

“Ah, o tempo! Esse moleque atrevido! Que passa o dia todo descalço na rua descendo a ladeira de rolimã, jogando pelada, chupando manga do quintal do vizinho, brincando de esconde-esconde e pega-pega.”

Mirabelle – Tamires Lemos de Assis

Leg. 038

Foto: Eu na Praça São Benedito, em Ouro Fino-MG.

#Ao Som de Take My Hand - Dido

domingo, 13 de setembro de 2009

Porque Onomatopéias me deixam nhã-nhã-nhã ;P

Futebol 039

Doce Vampiro

Rita Lee

Venha me beijar
Meu doce vampiroooo
Ou ouuuuu
Na luz do luar
Ãh ahãããããh
Venha sugar o calor
De dentro do meu sangue...vermelhoooo!
Tão vivo tão eterno...veneno!
Que mata sua sede
Que me bebe quente
Como um licor
Brindando a morte e fazendo amor...

Meu doce vampiro
Ou ouuuuu
Na luz do luar
Ãh ahãããããh
Me acostumei com você
Sempre reclamando, da vidaaaa
Me ferindo, me curando..a ferida
Mas nada disso importaaaa
Vou abrir a portaaaa
Prá você entrar
Beija minha boca
Até me matar...

Cha lá lá lá
Ou ouuuuu
Cha lá lá lá
Ou ouuuuu...Ou ouuuuu
Ãh ahãããããh
Ou ouuuuu...Ou ouuuuu
Ãh ahãããããh

Ãh ahãããããh
Me acostumei com você
Sempre reclamando da vidaaaa
Me ferindo, me curando...a ferida
Mas nada disso importaaaa
Vou abrir a porta
Prá você entrar
Beija a minha boca
Até me matar...de amoooor!

 

#Ao Som de Have a Nice Day – Bon Jovi

sábado, 12 de setembro de 2009

#MusicSaturday

 

Vou Festejar - Jorge Aragão

Composição: João Bosco, Dida, Neoci

Chora, não vou ligar
Chegou a hora
Vai me pagar
Pode chorar pode chorar (mais chora!)
É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê
Eu vou festejar, vou festejar
O teu sofrer, o teu penar

Você pagou com traição
A quem sempre lhe deu a mão

La laia, la laia
La la la

terça-feira, 1 de setembro de 2009

@sejogandonanight

 

 

Eis que meu fim de semana foi basicamente assim, como ilustrado na imagem. Mudança de planos de ultima hora e lá vou eu “me jogar em outra night”. Eu sei que é difícil admitir, mas eu realmente me empolgo fácil com a básica combinação bebida+música e me divirto muito. Aproveitei muito bem o meu sábado/domingo, conheci pessoas bacanas, tomei Heineken e tequila, dancei loucamente(não, felizmente não cheguei a fazer acrobacias), encontrei pessoas conhecidas que não via há tempos e também umas SUPER indesejáveis, mas que não estragaram minha noite de forma alguma, pelo contrário, renderam-me MUITAS gargalhadas. O único fato chato que aconteceu, foi eu ter pedido meus documentos e também ter ficado doentinha depois…Mas isso nós abstraímos.

#Ao Som de Aerosmith – Girls Of Summer

sábado, 22 de agosto de 2009

Diaba (como disse um amigo meu hoje ;S)

É normal sentir um prazer fora do comum em fazer alguma coisa maléfica e ao mesmo tempo engraçada(pra mim)? Me senti um monstinho hoje, mas esse sentimento logo foi substituído por uma satisfação incrível de estar fazendo justiça. Confesso que eu mesma fiquei com medo das gargalhadas que foram surgindo uma atrás da outra. Conseguirei dormir esta noite? Huahauhauahuaha

 

#Ao Som de Guano Apes - Heaven

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

;D

 

Semente do Amor

A Cor do Som

Sim, é como a flor
De água e ar luz e calor, o amor precisa para viver 2x
De emoção, e de alegria, e tem que regar todo dia
No jardim da fé,
Eu já plantei um pé de esperança
No tempo do tempo,
Dia, chuva, vento e pensamento
Num jardim da vida
Já cresceu e é a consciência
Fruto da vivência é
É a consciência é
Sim, é como a flor...

 

Por que eu simplesmente adoro essa música! ;)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Máscara

Era mais fácil, ela sabia.

Mais fácil fingir que as lágrimas que escorriam dos seus olhos eram de alegria, e não de dor.

Mais fácil abraçar a ideia de que tudo estava bem, de que tudo ia dar certo, quando na verdade ela sentia que era apenas o começo, o começo do fim.

Mais fácil, incrivelmente mais fácil dizer-se preparada para o que vier, sabendo que no fundo, temia que cada passo dado fosse a forma mais simples de se chegar a menor distância para o precipício.

Mais fácil ainda, escrever em terceira pessoa. Criar personagens e dar vida a eles, como se todos os problemas fossem desaparecer com isso. Mas de fato, ela acreditava que sim. Parcialmente eles desapareciam, e ela só precisava disso: Algum tempo tentando descobrir quem ela realmente era, o que realmente sentia e transferir isso pra um outro alguém, imaginário. Só assim ela poderia analisar e enxergar realmente as coisas como elas são. Estaria ela certa? Alias, existe o conceito entre certo e errado?

Precisa-se cavar fundo. O ouro nunca encontra-se na superfície.

Sentir o rítimo, as batidas musicais entrando pelos ouvidos e percorrendo cada centímetro do seu corpo. O arrepio, a fragrância, o frio. A falsa sensação de relaxamento, de deleite, de gozo.

Precisa-se congelar o coração. Urgente.

 

Por Mirabelle

#Ao som de Smashing Pumpkins (overdose!)