
domingo, 1 de março de 2009
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Mais um ano amarelado que fica para tras.
No ultimo dia de 2008, decidi fazer uma pseudo-purificação em mim mesma, começando por nao acordar de mau humor.
Depois, fiz uma geral: A Abigail passara a virada com um novo visual. Uma nova personalidade.
A roupa branca foi selecionada de ultima hora, mas ficou perfeita. O vestido de renda novinho da minha mae, uma vez ajustado, caiu bem como uma luva.
A lingerie vermelha(pra dar sorte no amor, eh claro) foi separada cuidadosamente.
A sandália dourada coube perfeitamente nos meus pes trinta e cinco.
Os dentes foram astuciosamente escovados, os cabelos lavados, tratados e penteados.
As unhas lixadas e feitas: base com cheiro de menta.
A maquilagem foi feita com traços suaves e naturais.
Tomei um banho de chuva.
Ela levou consigo todas as impurezas que existiam no meu corpo ate dado instante.
Tudo escorrendo e correndo junto com a agua vinda dos ceus.
Por um instante, senti-me imensamente feliz. Completa.
Como se tudo que eu precisasse no mundo, estivesse ali, naquele momento.
Um vento gelado soprando em meu rosto, gotas espessas de chuva molhando-me por inteira e o silencio.
Eu e a natureza. E nada mais.
A lasanha esta quente no forno, a champanha e o sorvete napolitano estao gelando, o Bidu latindo freneticamente no quintal, os fogos de artifício estourando no ceu negro, meus pais procurando o documento da Veraneio, meu irmao falando sobre experiencias cientificas, minha irma me apressando enquanto escrevo...
...Tamires, esta chegando a hora!
Sim, estou indo!
Estou indo pra onde o vento me levar!
Estou indo para a rua mais alta da cidade, indo ver a festa de luzes brilhar!
Indo pra longe, pro fim do mundo, pra onde algo possa me aturar!
Porque eh ano novo, ano velho, afinal, quem ha de se importar?
Feliz Ano Velho!!
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
I Of The Mourning
Smashing Pumpkins
Radio, play my favorite song
Radio, radio
Radio, I'm alone
Radio
Radio, please don't go
Radio
I peer through curtains on empty streets
Behind a wall of color writing
No one's out there
To hear if I care
About the troubles in the air
Cause I of the mourning now go
Pick up where my thoughts left off
Cause I'm home to die on my own
As my radio plays my favorite song
Radio, radio
Radio, don't you know
Radio, radio
Radio, I'm alone
I've blown the dust off my guitar
In the attic with the stars
I read your letters to feel better
My tears upon the faded ink
Cause I of the mourning now go
Pick up where my thoughts left off
Cause I'm home to die on my own
As my radio plays my favorite song
Radio, radio
Radio, I'm alone
Radio, radio
Radio, please don't go
I sit in the dark light
To wait for ghost night
To bring the past to life
To make a toast to life
Cause I have survived
What is it you want
What is it you want to change
What is it you want
What is it you want to change
What is it you want to change
Radio, radio, radio, radio
Radio, radio, radio, radio
Radio, radio, radio, radio
What is it you want
What is it you want to change
What is it you want
What is it you want to change
What is it you want to change
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Requiem
E lá estava ela.
Mais uma vez envolvida por pensamentos culposos. Ressentimento. Dor. Mágoa...
Presa no passado. Acorrentada.
As correntes são fortes. Ela tenta em vão fugir. Abandonar algo que parece mais ser o seu destino. Fatal.
Não...metade dela sabe, conhece a verdade. Mas é menos doloroso assim. Fantasiando. Fingindo-se que é a vítima. Inocência.
Enquanto os vermes a comem por dentro e o cheiro de podridão começa a tomar conta do aposento, o sangue vai fluindo...
...para não se sabe onde.
A música vai cortando tudo o que ve pela frente: esperanças, amores, alegrias, conquistas, desesperos, angustias...deixando-a apenas com a solidão. A solidão e aquele buraco no peito. Oco.
Queijo Suíço. Em pedaços...
Porque?
Mozart sabia...ela podia sentir o que ele sentia. Uma ponte. Uma conexão.
E de repente, o mundo pareceu pequeno demais. Minúsculo para os dois. As duas almas que sofriam e clamavam desesperadamente por alguem. Alguem que fizesse toda aquela tristeza ir embora.
Depois de um tempo, ela já não sentia nada. Imunidade. As notas ricocheteavam em seus ouvidos e ela apenas as assimilava. Nada de dor. Nada de nada.
Uma onda de súplica invadiu-lhe o peito, e foi se expandindo...
O que eu fiz?
Agora tudo estava ficando mais doce...mas não menos venenoso. As notas suaves feriam novamente, a raiva estava entrando em ação, a intolerância, a depressão, o desespero....não!
Nãããããããoooo!
Querendo acabar logo com isso, sem pensar duas vezes, resolve apelar para a sua ultima chance, sua ultima esperança...
Amém!
terça-feira, 25 de novembro de 2008

Uma vez, disseram-me que a melhor coisa do mundo era o chocolate.
Que só ele conseguia preencher o vazio deixado por quaisquer que fossem os temporais. Na hora, acreditei. Acreditei porque não restava-me outra saída naquele momento: "Ah, é?".
As lágrimas que escorriam como manteiga derretida foram cessadas. Os lábios se entreabriram, a língua foi posta para fora e sobre ela, depositado um pequeno pedaço de chocolate.
Pronto. Meu paladar enlouqueceu de vez!
Em segundos, o que era sólido tornou-se líquido. A calda doce e espessa bailava por entre meus dentes de marfim. Depois do baile, descendo por um longo e profundo tobogã, ela se foi. Só ficou na boca aquele gosto já conhecido: Quero mais!
Mas isso foi há um bom tempo atrás.
Agora, descobri o que realmente faz-me ter orgasmos alimentícios.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
domingo, 9 de novembro de 2008
quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Estar com voce é como seguir sem rumo, sem saber para onde ir,
É ficar deitada no parapeito da janela, admirando, esperando o porvir.
É sair correndo contra o vento, bailar com algo inexistente,
Fazer uma loucura, rindo a toa, não aguentar-se de contente.
Beijar-te é como mergulhar no mar, um mar carregado de sentimentos,
É deixar a vida te levar, conseqüentemente, sem possíveis lamentos.
É ter um pedacinho do céu, na ponta dos lábios ardentes,
Sentir o gosto da chuva, pousado nas bocas dormentes.
terça-feira, 21 de outubro de 2008

Soneto do Amor Total
Vinícius de Moraes
Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
A Cruz E A Espada
Renato Russo
Havia um tempo em que eu vivia
Um sentimento quase infantil
Havia o medo e a timidez
Todo um lado que você nunca viu
Agora eu vejo,
Aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo
E o meu desejo se perdeu de mim
E agora eu ando correndo tanto
Procurando aquele novo lugar
Aquela festa o que me resta
Encontrar alguém legal pra ficar
Agora eu vejo,
Aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo
E o meu desejo se perdeu de mim
E agora é tarde, acordo tarde
Do meu lado alguém que eu não conhecia
Outra criança adulterada
Pelos anos que a pintura escondia
Agora eu vejo,
Aquele beijo era o fim, ah era o fim
Era o começo
E o meu desejo se perdeu de mim
E nunca mais, nunca mais, ou...]
Incrível como essa música tem tudo a ver comigo, e com o que estou passando neste momento...incrível!
domingo, 12 de outubro de 2008
Acordei muitíssimo cedo, exatamente 10:37:45.
Espreguicei-me como um bicho preguiça: Lentamente, como naqueles filmes românticos, em que os casais se encontram e o tempo pára, e depois vai vagarosamente acontecendo o desfecho do filme, aquele beijo em câmera lenta.
Assim que sentei-me na cama de casal, que é do tamanho de casa, senti um vazio no peito, como se estivesse perdendo alguma coisa, alguma parte de mim...
...Meu útero!!!!
Inclinei tanto a cabeça, que estive ao ponto de dar uma cambalhota, e pude constatar: Adiós a mis hijos!! Adiós mi vida!!
Fiquei desesperada! Não podia deixar o meu futuro escorrer desta forma, como uma queda de cachoeira, indo rio abaixo!
Qualquer movimento brusco, um piscar de olhos, fazia litros e litros fluírem colchão adentro. Senti-me no Mar Vermelho.
Com muita coragem, levantei. Chuááááááááá!!
Hemorragia. Desidratação. Anemia.
O caminho da cama até o banheiro do meu quarto nunca foi tão longo, estava a quilômetros de distância: Mil calçados e roupas, até perco as contas de quantas vezes tropecei nesses enormes obstáculos.
Me despi das unhas dos pés até os fios de cabelo e entrei debaixo do chuveiro. A água estava pelando, pensei que me causaria muitas queimaduras de terceiro grau. Olhando para o chão do box, vi que muita água vermelha lutava, a socos e pontapés, a caminho do ralo. Ficou difícil saber se era a tinta escorrendo do meu cabelo ou não.
Resolvi me ensaboar. O sabonete estava tão pequeno, que não dava para lavar sequer a pinta do meu mindinho.
Desliguei o chuveiro e enrolei-me na toalha, que era do tamanho de um vestido de noiva com calda de uns cinco metros, passando pelo quarto, rumei até a despensa. Ao voltar, percebi que havia um rastro de sangue por toda parte. Fiquei com medo. Teria um assassino na minha casa? Pior....seria ele um estuprador?
Olhando para os meus pés, vi que havia uma poça de sangue. Será...que...ele...está...atrás...de...m-mi-mi-im-mim? Antes que pudesse pensar, e ficar com mais medo, vire-me. Pá! Não-tinha-na-dááá!! Uffa! Fui então caminhando e seguindo as gotas de sangue, e de repente...Meu Deus! Estão indo para o meu quarto! Como estava na cozinha, resolvi pegar uma faca para me proteger. Ela era do tamanho da minha barriga, assim...imeeeeennnsa! Então, continuei seguindo os rastros que chegaram até o banheiro. Parei na porta e empunhei o mortífero instrumento afiado e cortante, e tcharããã!!!
Não tinha ninguém no banheiro. Estava deserto, ás moscas, dava para ouvir os "cri-cri" dos grilos. Decidi voltar ao banho.
Do nada, começou a cair um vendaval lá fora, o céu parecia despencar, e toda água do Sistema Solar caindo sobre a minha casa. O fim do mundo. Um raio caiu tão perto, mas tão perto, que devia ter destruído a casa ao lado. Pobre Sr.Nelson! Fiquei com dó dele. Sem casa, sem abrigo, sem ninguém...Isso se ele tivesse sobrevivido! Pobre homem! Imaginei ele todo queimado, um pão com manteiga que passara do ponto na torradeira.
Isso me deu fome. Estava com tanta fome, que poderia comer um boi sozinha! Não um boi apenas, mas também vinte litros de refrigerante, dois litros de leite condensado com quinze caixas de morangos bem fresquinhos.
Imagine-me uma baleia. Uma orca. Sairia na rua e as pessoas diriam: "Sancho Pança! Quanto tempo! Como vai o Dom Quixote?", ou melhor, "E aí, Free Willy, tudo beleza?". Perguntariam se eu estava grávida dos "101 Dálmatas", ou se eu teria sido o balão Zepelim. As crianças, extasiadas: "Mamãe! Olha! O "Titanic está aqui no mercado!", ou quem sabe, "Papai! Olha! Júpiter está aqui na Terra!".
Todos ficariam incomodados comigo, e me matariam. Depois, assariam-me, e o Governo distribuiria aos pobres do país todo, a carne mais nutritiva e gorda de todo Universo.
Pensando desta forma, até que seria uma ótima idéia, eu ajudaria a acabar com a fome no Brasil. Dominada pela solidariedade, saí do banho e deitei-me na cama. Minha cabeça estava tão cheia de idéias, que afundou no colchão e quase fico de ponta cabeça. Mas não importa. Nada mais importa, além das pessoas famintas e sedentas que, a partir de agora, iria ajudar.
Resolvi colocar tudo no papel, nos mínimos detalhes e proporções, para que depois ninguém pense que estou exagerando.
Por Mirabelle
terça-feira, 7 de outubro de 2008
As pálpebras, que durante um longo tempo permaneceram seladas, ergueram-se lentamente, revelando a profunda dor e o peso que aquele gesto carregava.
Levantei-me da cama e deixei para trás o lençol quadriculado, uma combinação de bege e azul claro, acentuando o fundo de um branco encardido e respingado de gotículas de suor, que por ora, penetravam e escureciam cada vez mais o tecido amarrotado sobre o colchão velho de casal.
Ainda atormentada, fui cambaleando até o banheiro da suite, apoiei-me na pia branca do cômodo e pus-me a observar: fios ruivos de cabelo estavam por toda parte, os lenços de papel umidecidos já enchiam o pequeno cesto de lixo, a torneira pingando incessantemente e poças de água umidecendo-me os pés frios, brancos, que contrastavam com o vermelho das minhas unhas mal feitas. Nada disso era novidade. Nos últimos dias, passava horas e horas locomovendo-me entre a cama e o banheiro. O banheiro e a cama. O refúgio. As lágrimas. Emergência. Saída.
Mechas ruivas roçaram meu rosto pálido e sem vida, o sangue fugia-me do corpo, corria num frenezi pelas minhas veias e se diluía em algo desconhecido, que sugava cada vez mais os segundos restantes de minha vida. Com a ponta dos dedos, decorados também com o vermelho-sangue, arrumei as mechas que caiam sem parar. Com a cabeça abaixada e o queixo rente ao peito, senti uma nova e violenta onda de angústia invadir-me por dentro, e antes que pudesse fazer algo, ou até pensar em fazê-lo, fui dominada por aquela sensação arrebatadora, que tinha cessado há minutos atrás, e recomecei a chorar.
Fiquei olhando fixamente para o ralo da pia. De vez em quando, pensava em levantar a cabeça, mas não, seria demais. A ideia de encarar-me no espelho fez com que um arrepio percorresse o meu corpo. Fitei por alguns instantes minhas próprias mãos: os calos, as marcas...meus pés pequenos e gorduchos...e o quanto estava fraca e vulnerável. O gosto forte e amargo de café expresso misturava-se com o agridoce de minhas lágrimas, que não paravam de escorrer, como a água da chuva descendo ladeira abaixo. Meu corpo tremia, e naquele mesmo instante eu soube do que precisava: um drinque.
Fui ao pequeno cubículo que havia dentro do meu quarto, abri a primeira gaveta pesada da cômoda envernizada e lá estavam elas: duas garrafas camufladas em meio a várias peças de roupa. A primeira, mais gorduchinha e redonda, continha um líquido verde escuro vivo que reluzia à luz e mostrava somente um quinto da garrafa; a outra ao lado, era comprida e fina, também possuía um líquido verde, mas de uma tonalidade bem mais clara, contendo ainda quatro quintos do liquido aparentemente suave. Licor e Absinto. Combinação perfeita. Na outra extremidade da gaveta, havia um copo. Já deixava tudo preparado caso precisasse de um drinque. Peguei a bebida e instantaneamente levei-a até a boca. Meus lábios secos sorviam com voracidade aquele líquido, que ia queimando rapidamente a língua e esquentando o meu corpo. O cheiro era forte. Aproximei minhas narinas do copo e como um baque, fui invadida pelo odor de álcool que a bebida exalava. Minha cabeça girou, senti-me um pouco zonza e apoiei-me na parede. Fiquei dominada pela sensação anuviada durante alguns instantes, depois abaixei a cabeça e percebi que o copo estava vazio. Completei-o novamente. As lágrimas pararam, e agora já não sentia tanta dor. Anestesia. Deitei-me na cama e voltei a face para a luz, ela ofuscava meus olhos castanhos, e naquela hora, achei que ficaria cega.
Desviei lentamente o olhar para a janela. Lá fora chovia. O céu estava negro, sem estrelas. Do jeito que eu gostava, um negrume completo. A solidão.
Na sala, fora do meu universo particular, meu pai assistia "TV".
"Está passando aquele filme da borboleta que você gosta", havia falado. Efeito Borboleta. Já havia assistido inúmeras vezes, até assistiria de novo, se não estivesse no encontro com o meu purgatório interior.
"Hoje não, pai. Vou dormir". Não, não dormi. Sentei na beirada da cama e tomei outro longo gole da mistura alcoólica verde. Senti o pulsar das veias. O bater do coração. Pensei automaticamente nele. É, ele. Ele que mesmo depois de quase um ano, a completar nesse mês, ainda invadia-me os pensamentos. Ele. Minha cruz, que devia carregar aonde quer que eu fosse. Nos momentos felizes e tristes, ele estava lá, cotucando a ferida ainda aberta, não deixando que ela cicatrizasse. Ele. Que me matava aos poucos, mesmo não cravando um punhal em meu peito, o que certamente, seria uma boa ideia, menos dolorosa...
Por Mirabelle
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
T.E.R.R.A
Esse cheiro forte de terra molhada...lembra-me certas coisas, que há tempos, tenho saudade...
Rebeca. Ainda acho que tem uma parte dela em mim, mesmo que não seja tão visível como antes. O instinto. Insônia.
Há tempos, que não passo noites em claro, não como há um ano atras...um ano...quanto tempo!
E parece que foi ontem que tudo aconteceu. Lágrimas. Duas vidas e dois destinos desviados de seu percurso. Natural.
É estranho, mais sinto falta da adrenalina que outrora corria em minhas veias. Loucura. Aquela ânsia por palavras, escrever e escrever, freneticamente. O tempo não pára.
Vez ou outra, Rebeca faz uma aparição, preenche cada vazio do meu corpo e derrama todo o sentimentalismo oculto em pensamentos, textos aleatórios que sempre ficam presos na prancheta no canto da escrivaninha. Esperança.
Aquela vida de notívaga, sonhadora e pescadora de ilusões foi dobrada, amarrada e jogada dentro de um saco preto. Colocada e esquecida no fundo de um baú. Passado.
Um ano. Um 2007 estraçalhado. Um 2008 esperançoso...e triste. Melancólico.
Já é primavera, os ypês tomam conta das calçadas, ruas e avenidas, espalhando a beleza de suas cores (roxo, amarelo e rosa) e irradiando alegria por toda a cidade. Uma beleza que eu não mereço. Uma beleza que contrasta com a minha podridão.
Outubro...um mês que será marcado para sempre, por diversos motivos.
Um mês, em que destrui um laço, fiz uma promessa, tomei uma decisão, e mudei não só a minha vida, como a de mas algumas pessoas.
E tudo isso aconteceu, há um ano atras...
...terra...hmm!
quinta-feira, 31 de julho de 2008
CPFL Cultura, Sangue Negro e Outros Causos
Ontem foi um dia incomum.
Logo pela manhã: Menstruação (okay, eu não sou delicada). Ótimo, ótimo.
Café amargo com torradas lights, muita água, muita dor...pouco amor.
Funcionária da loja pede demissão: - Vai tarde! Ande pela sombra e cuidado para não tropeçar no orgulho, viu?
Corre-corre. Vuco-vuco.
Desce escada, sobe escada, loja, escritório.
Campainha, cliente, telefone, cliente, portão automático, cliente, e-mails, cliente [...]
Tomei um remédio bem, mais bem forte mesmo pra dor de cabeça (juro que desta vez foi só um comprimido!)
Tudo pronto para o livro? Não! Falta a sinopse!
Lá vai eu: -Márcio, estou sem idéia...me ajuda com a sinopse? ( ele já havia feito a carta de apresentação do livro). Ele fez a sinopse inteira.
Tudo lindo, perfeito, maravilhoso...o currículo. Oque? Precisa ter um currículo?
Que raio eu coloco no currículo?
"Até o momento sou uma escritora amadora e não tenho nenhuma experiência profissional direta com a escrita, já participei de alguns concursos, escrevo em alguns blogs e divulgo meu trabalho em alguns sites que abrem espaço para novos escritores.
Tenho um grande acervo de poemas, contos e crônicas em andamento e tenho interesse em aperfeiçoar os meus trabalhos e divulgá-los em meio impresso".
Droga de currículo.
Aí cai a internet, começa a ficar calor, minha cólica fica atacada...
Tarde.
Começa a ficar tarde...fobia. Quero ir embora.
Vou pra casa: Bota, calça preta, blusinha bordo.
Brinco de ouro com pedra de ametista, correntinha de ouro com pingente de estrela, presilha roxa de borboleta nos cabelos (ruivos!).
Lápis preto nos olhos, rimel....batom? Não, sem batom.
-Mãe, libera eu e a Diomar (gerente da empresa)?
-Vai Tamires, vai...
Entramos no carro e voamos.
Incrivelmente fomos até a CPFL Cultura sem errar o caminho.
Caos. Transito. Pedestres. Automóveis.
(continuo em breve)
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Nada melhor do que uma boa metáfora...
Mas não consigo. Não hoje, não agora...
Sabe, eu queria. Queria escrever algo bonito, algo que pudesse tocar o teu coração.
Mas não hoje. Hoje não...
Sinto-me vazia. Como se toda energia, que outrora vivia dentro de mim, tivesse escorrido rumo ao ralo.
Sabe quando voce esta lavando as mãos, e tira o anel? (uma metáfora, vamos lá!)Então, é basicamente isso. Como se eu tivesse deixado a energia num canto da pia, e de repente -como um anel- ela escorrega da minha mão e desliza agilmente em direção ao ralo. Nesta hora bate um desespero. As mãos procuram rapidamente impedir que o anel - energia- chegue ao seu triste fim: o ralo. O pior de tudo é quando não conseguimos. Quando olhamos para o ralo da pia e não vemos nada além de fios de cabelo condenados, um restinho de creme dental e alguns pedaços de sabonete derretido. É triste. Tentamos -quase sempre em vão- pegar um arame -ou qualquer outra coisa do gênero- para recuperar o que literalmente desceu pelo ralo. Mas nada. Tudo em vão. Então, sentimos um vazio dentro do peito, olhamos para a mão -onde antes existia o tal anel, ou pra dentro de nós mesmos, onde existia a energia, enfim- e notamos que esta faltando algo. Algo que, talvez, nunca mais teremos. Podemos ir numa relojoaria, claro! Comprar outro anel pra tentar suprir a falta que o outro faz. Mas não, não será a mesma coisa, não o mesmo anel -ahn, ou energia, ela nunca será a mesma.
Nada é insubstituível, porém, cada coisa/pessoa é única, e tem seu exclusivo valor.