terça-feira, 21 de julho de 2009

Ainda Você

Duo Paixão 012

Seus braços me laçam, puxando-me para perto de ti,

Dos teus olhos castanhos, muito escuros, que não cansam de me olhar,

Da sua boca, doce veneno, que me envolve entre beijos e mordidas carinhosas,

Da sua barba por fazer e do atrito gostoso sobre minha pele delicada e frágil,

Do chamego no pescoço e do cafuné nos meus cabelos, anestesia,

Do cheiro do teu perfume que me entorpece, completamente,

Do sonho pronfundo que é fechar os olhos, abrir, e ainda te ter.

 

Por Mirabelle

 

 

#Ao som de Pearl Jam - Black(acoustic)

sábado, 18 de julho de 2009

Limpeza de Chaminé às Pressas

Desisti dos meus posts de férias. Meu humor nesses ultimos dias não anda muito bom não, incrível.

Meu aniversário foi bacana, comemorei num “churralcool” com meus primos e alguns amigos dos mesmos, conheci pessoas, bebi, dancei, dei meu show básico de ballet pós bebedeira, aprontei uma ou outra, fiquei sem comer, faltou glicose e eu desmaiei 4x no domingo. Parabéns pra mim. \o/

A semana que seguiu foi normal, destacando que meus priminhos vieram em casa(Sofia, Christovam e Esthevam) alguns dias e o Chris domiu aqui, fui na pré-estréia de Harry Potter e o Enigma do Príncipe(sim, gostei do filme), fiquei muito doente devido não só a ressaca, mas também às coisas geladas que tomei e a limpeza do quintal com água. Estou sem ler nenhum livro e isso não está me fazendo bem, tenho assistido alguns seriados aleatórios e só filmes infantis com a molecada, vez ou outra uma partida de tranca salva a noite, uma conversa bacana no msn ou uma conversa longa e aconchegante pelo skype.

Devo adimitir que estou muito desanimada com as coisas, no dia do meu aniversário tive uma surpresa muito boa, mas foi coisa do momento…agora já não faz sentido algum, afinal, meus sentimentos ficam me enganando, me confundindo o tempo todo…

Sinto que há tantas coisas bacanas pra se fazer, tantas coisas que eu havia planejado pras minhas férias(como sempre) e que mal aconteceram, a unica coisa que lá no fundo eu tinha certeza que ia mesmo acontecer, que não tinha jeito, era engordar uns quilinhos. Dito e feito: adiquiri 4kg a mais de gordura nesse meu 1,55m de altura. Lindo. Ora, as vezes é preguiça, falta de dinheiro, falta de vergonha na cara e até excesso de peso na consciência, que me deixam nessa situação acomodada. Sim, essa é a palavra. Eu sei que é ridículo e comodismo fede, é detestável, mas é a realidade.

Eu fico com vontade de chorar(que gay, eu sey) só de imaginar que já estamos no dia 17 de julho de 2009, e que logo mais as aulas começarão novamente e com elas, provas, matérias, Enem…Vestibular. Eu tinha posto na minha cabeça o seguinte: “Tamires, você não precisa passar de primeira, não se mate de estudar e não se desespere…dê o seu melhor, e se não passar, ano que vem está ai pra que? E outra, você ainda tem que fazer o seu estágio de técnico da qualidade, ai ano quem vem você faz o estágio e trabalha, e ainda pode ajudar na empresa dos seus pais e também fazer um cursinho o ano todo…ai sim, você se esforça e foca no vestibular”, e quem disse que isso ficou na minha cabeça por muito tempo? Só basta um comentário inconveniente do meu pai pra fazer o mundo desabar na minha cabeça.

E ótimo, aqui estou eu, mal consigo terminar de escrever um post sem ter que parar de 5 em 5 minutos pra enxugar os olhos e limpar o nariz. Mas daqui  a pouco passa, é coisa do momento…ou não.

Que cute, como existem pessoas que mal conhecemos, ou desconhecemos, que conseguem levantar o nosso astral, né?
Estou aqui, jogando um campo minado esperto no msn, e ganhando pela 2x seguida…isso anima qualquer pessoa. Outras, vem conversar, perguntar o que acontece, onde dói. E lá vou eu, derramar milhares de palavras e lamentações, que incrivelmente foram ouvidas com cuidado, estudadas, trabalhadas e…olha, uma possível forma de solucionar meus problemas!

Enfim, o propósito de eu escrever aqui hoje foi tirar toda essa angústia e esses pensamentos da minha mente, pra eu me sentir mais leve. O propósito foi alcançado com sucesso!

Bom, estou escrevendo uma carta pra um desconhecido de São Paulo, comecei hoje e nem sei quando termino, nem o exato conteúdo dela…mas isso será uma experiência interessante.

Agora vou dormir…já esta em tempo.

;**

terça-feira, 30 de junho de 2009

Vícios - Música






















Férias chegando e os novos vícios também.

Cada post, eu falarei de um vício diferente.


Música

Jorge Aragão: Afundando cada vez mais, como em areia movediça, no samba e na solidão das letras/melodias. Muito bom, agrada muito meus ouvidos e me da vontade até de sambar...e olha, isso é impossível(sou uma negação, eu sei!).

Clássicas: Viajando na maionese com Mozart, Schubert, Bach, Strauss, Liszt, Beethoven, Vivaldi, Orff,Villa Lobos...são tantos! Certas músicas conseguem fazer brotar um largo sorriso no meu rosto, outras, tem o poder de fazer lágrimas escorrerem como em uma queda d'água. O que todas deixam, não sei se é só comigo, é um vazio muito grande, como se dentro de mim ainda houvesse espaço pra mais e mais música. Basicamente um buraco sem fundo. Vem que cabe mais poesia!


Foto: Eu sei que esta feia, mas essa é a intenção, okay?
E quem falar do meu moleton velho eu vou brigar, por que me sinto muito a vontade nele, e férias é café, moleton, chuva, poesia...ah, isso já é outro post!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Redação da Flaviana

Redação elaborada com a utilização da coletânea referente a Rádio.

Era madrugada quando começaram os primeiros bombardeios sobre o céu da Polônia. O céu, que outrora era de um azul claro e limpo agora estava negro e cheirando a pólvora.

O civil polonês passara a noite em claro, ouvindo atentamente pelo rádio as notícias da Segunda Guerra Mundial: A invasão da Alemanha com suas tropas nazistas.

No único quarto da simples casa, sua esposa e filhos jaziam inocentemente, de forma despreocupada, o que contrastava com a terrível guerra que se alastrava por todo após. Sem mais, acordou-os.

Enquanto sua esposa alimentava as crianças e preparava trouxas com o necessário para fugirem, o civil estava no porão enchendo as moringas com água e preparando sua antiga arma de guerra. Neste instante, a estrutura tremeu, pedaços do teto caíram sobre a sua cabeça e podia-se ouvir estrondos e gritos vindos de cima. Então ele soube: Uma bomba havia atingido a casa.

Com ferimentos leves, rapidamente saiu em busca de sua esposa e filhos, procurando-os desesperadamente por todos os cantos da casa. Ao encontra-los soterrados pelos escombros, o civil sentindo uma onda de angústia invadir-lhe por dentro, começou a tirar os entulhos sobre os corpos, mas de nada adiantava: Estavam mortos.

Um som desviou sua atenção: O rádio que antes se encontrava sobre a mesa da sala, agora estava espatifado no chão, mas ainda transmitindo alerta vermelho, avisando a população polonesa para deixarem o país. Não havia outra saída.

Os vinte e seis dias que seguiram não foram fáceis. Várias vezes ao dia o civil, ao ouvir as notícias da guerra no rádio, recordava-se do quanto seus filhos gostavam de ouvi-lo, do sorriso largo de sua esposa quando se divertia com a Rádio Novela, e na falta que eles faziam. Nos primeiros dias, chegou a achar que iria enlouquecer. Sozinho, sem ninguém para conversar, rir, trocar confidências, buscou forças no amor que sentia pelos seus entes queridos e descobriu que podia ir muito mais longe quando pensa-se que não se pode mais.

Suas manhãs, tardes e noites eram preenchidas pela companhia daquela pequena caixa preta, seu companheiro de todas as horas, aquele rádio sempre esteve ao seu lado, trazendo-lhe notícias boas e ruins, fazendo-o rir, chorar, refletir e sentir saudades.

Por Tamires Lemos de Assis


É, ficou ruim, eu sei...mas não teve jeito!

hahahaha

sábado, 6 de junho de 2009

Descoberta

 loosho 006

Coisas Que Eu Sei

Danni Carlos

Composição: Dudu Falcão

Eu quero ficar perto
De tudo que acho certo
Até o dia em que eu
Mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento
É minha distração...
Coisas que eu sei
Eu adivinho
Sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio
Mostra o tempo errado
Aperte o Play...
Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação...
Coisas que eu sei
O medo mora perto
Das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim
Não vou trocar de roupa
É minha lei...
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais
Depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro
Do que eu desenhei...
Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas
No meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos
Que eu não sei usar
Eu já comprei...
As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo
Mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre
Quando tô a fim...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
Agora eu sei...
Agora eu sei...
Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Eu sei!

quarta-feira, 27 de maio de 2009
























Marina Lima - À Francesa


"Mas os momentos felizes não estão escondidos, nem no passado, nem no futuro."

sábado, 25 de abril de 2009

A Vida em Câmera Lenta e Suas Implicações, Aplicações, Explicações e Cunfusões.

























Eis que para começar esse texto, esse pequeno ensaio dito como "A Vida em Câmera Lenta e Suas Implicações, Aplicações, Explicações e Confusões", adotarei o meu ponto de vista e uma verdade universal: O tempo é curto.
Esse não é para ser um texto perfeito. Oh não, não existem perfeições.
Escrevendo, pensando, refletindo...meu consciente, subconsiente e inconsciente vão debatendo, jogando, filosofando e jogando papo fora. Descontração.
Voltemos aos velhos tempos. Limpeza de chaminé.


O tempo é algo que não podemos controlar. Não podemos tocar. Não podemos voltar.
Imagine se pudéssemos através de um controle remoto, controlar o tempo: avança, congela, passa, pula, volta, corta, mudo. Se pudéssemos pegá-lo no ar como se pega uma cinza, ou como caçar borboletas. Guardá-lo em um pote, como se fosse grilo. Prende-lo em bolhas de sabão ou amarrá-lo num balão. Seria perfeito.
"Seria perfeito?";"Seria";"E qual a definição de perfeição?";"Grau de excelência".
Em partes seria bom sim, as lembranças boas poderiam ser eternizadas, não amarelariam como os retratos, nem correriam o risco de se perderem no mundo digital. As flores não murchariam, ficariam intactas, flores de cera. Beijos e abraços, olhares e amassos seriam intermináveis. Replay. Nunca esqueceríamos do rosto daqueles que amamos. Closer. As vozes soariam como veludo em nossos ouvidos, quantas vezes quisermos. Gravando.
Mas, se soubéssemos que as coisas poderiam ser gravadas, guardadas e arquivadas...modificadas, legendadas e talvez deletadas, será que nos arriscaríamos? Será que as coisas teriam os mesmo valores? Será que daríamos o máximo de nós mesmos?
A resposta é curta e grossa, dolorosa talvez. Três letras, uma sílaba, uma consoante e duas vogais. Não.
Vive-se somente uma vez. A chance é única. Passagem só de ida. Folha definitiva. Sem rasuras.
As vezes nos sentimos presos, como se estivéssemos sentados numa cadeira de força. Sem movimentos. Nada a fazer.
Vemos as coisas passarem por nós como um filme, nossa vida exposta num telão: Câmera lenta.
O que acontece quando filme chega ao fim? Será que existe um fim? Será que saberemos qual será o desfecho de tamanha história? Drama? Romance? Ação? Suspense? Terror? Comédia?
Se pudesse, como classificaria a sua vida? Novela mexicana? Filme europeu? Mangá japonês?
O campo torna-se vasto e as palavras fogem-me do pensamento quando o assunto se trata do "tempo".
Porque? Bom, ando sem tempo...Isso seria uma desculpa? Talvez, talvez...O que mais poderia dizer? Que não sei administrar meu tempo? Hm, é uma possibilidade...Mas estou tentando, estou me esforçando ao máximo...Mas sabe quando sua cabeça está a mil? Um turbilhão de idéias, aleatórias, teimosas, pululantes...? Então, pois é...minha mente está confusa. Muita coisa acontecendo concomitantemente em curto prazo. Aonde irá parar? Quando? Como? São muitas perguntas e poucas respostas.
As vezes, prefiro ficar sozinha. Com minhas músicas antigas e tristes, que cavam cada vez mais o buraco existente no meu coração. Buraco é buraco, voce tenta tampar com terra, chega até algumas vezes a achar que agora sim, está bem tapado. Mas não. Não, não e não! Há os fenômenos naturais: chuva, vento, seca e queimadas que acabam abrindo o buraco de novo. Há também alguns animais que resolvem se instalar nele, fazer uma toca, um lar, um ninho, um refúgio. Acabam cavando cada vez mais fundo, mais fundo...Mas continua sendo o mesmo buraco. A mesma promessa de terra plana.
Pensa-se: Isso terá fim? Ah, meu pobre coração!
Mas, o que seria de mim sem o sofrimento? Sem a dor? Sem a melancolia e a angústia? Eu mesma respondo, claro. Não seria NADA. Eu não seria eu...não mais. Não porque de qualquer forma, sou daquelas pessoas que acreditam que a queda faz parte, os cortes na pele, os ralados nos joelhos, as lágrimas salgadas e quentes escorrendo pela face suja de terra, de sangue. A expressão de dor que deixa bem claro o quanto dói, o quanto arde, o quanto machuca. Que merthiolate, band-aid, álcool e infinitos remédios não seriam a solução, e sim medidas que diminuiriam de certa forma um pouco daquele sofrimento. Mas não acabaria com ele de vez.
Sabem de um segredo? Certas palavras possuem poder curativo. Certas pessoas também.
Mas estas são roubadas de nossas vidas muito depressa...
As vezes, pensamos demais. Escolhemos demais. Falamos o desnecessário e esquecemos o principal: Agir. Demonstrar. Conquistar. Mostrar. Abraçar. Beijar. Cuidar. Amar.
Essa ultima palavra dispensa qualquer comentário, quem sente sabe.
Abobrinha por abobrinha, escrevi muitas coisas, com sentido ou não
Muitos erros certamente, o sono é meu companheiro nessa madrugada fria, sonhando, ouvindo minhas músicas vistas como antigas, chatas...Tá, direi o que estou ouvindo no momento. The Corrs. Lindo, lindo e lindo. Amo.
Estou exausta. Cansada. Ainda tenho muito o que estudar, e já é domingo. Deus, já é 3 de Maio!
Meu irmão já tem 14 anos, faltam 22 dias pro aniversário da minha mãe; já faz 6.870 dias, 17 horas e 52 minutos que vim ao mundo; 295 dias, 17 horas e 52 minutos que fiz 18 anos; 69 dias, 6 horas e 7 minutos pros meus 19 anos...odeio números. O tempo passa e os números mudam.
Amanhã é domingo. O Timão joga. Joga...e vence, claro. Título obviamente garantido, 16h estarei na frente da tv, vestindo a camisa do time, comendo pipoca e tomando coca-cola na caneca térmica do Coringão.
Amanhã também é dia de matemática, de física e de métodos e ferramentas de melhoria. De números, claro. São 01h45 da manhã. Meus olhos estão fechados dois terços. A temperatura do meu corpo está baixa. O nível de sono e torpor altíssimo. Se estou triste? Sim, estou. Agora estou ouvindo The Carpenters, e não sei se me sinto melhor ou não.
AUHIAUHAIUAHIAUHAIUHAIUHAIAIAHAIUHAIAUHAIHAIUHAIAUHIAHAI
Reação inesperada, crise de riso. O que fazer quando uma amiga sua diz: "eu adorava, colocava música triste, acendia cigarro e dai saia uns textos bons pra caralho", e depois te da dica de "coisas glamurosas" pra se colocar num texto deprê? Só rindo mesmo...isso não é um texto deprê, carai(ops!), e sim uma limpeza de chaminé...é só pra eu esvaziar minha mente! Não é pra ninguém se comover com as coisas que eu estou escrevendo, ninguém além de eu mesma.
Ótimo, agora estou no The Cardigans, se estivesse com paciencia, até listaria as bandas e respectivas musicas que ouvi hoje, mas não, não estou afim. Não hoje.

Ahhhhhhhhhhh!! Sinto-me bem mais leve agora. 10kg.
Chega, por hoje é só! Vai dormir, Tamires! Já vou, já vou...pessoas me chamam no msn incessantemente, não tem como deixa-las de lado, querida. Mas okay, eu vou postar isso agora, e prometo que no máximo 02h30 estou na cama, serio! Hm...ta certo. Já são 02h04, olha lá hein!

Droga, a idéia desse texto era legal...só a idéia.
Tudo bem, fica pra próxima.

Adios, adios!
Buenas noches!
Besos, Tamires!
Besos, Mirabelle!
(?)


Imagem por: Mirabelle
Escrito por: Mirabelle
Dedicado a: Mirabelle
Inspirado em: Mirabelle
Fontes: Mirabelle

sábado, 11 de abril de 2009

Devia morrer-se de outra maneira...
José Gomes Ferreira

Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimônia, viríamos todos assistir
a despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos...
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão sutil... tão pòlen...
como aquela nuvem além vêem? — nesta tarde de outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...

segunda-feira, 6 de abril de 2009
























A Sua

Marisa Monte

Composição: Marisa Monte

Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Agora e sempre mais
Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz

Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você caiba
No meu colo
Porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga
Para onde quiser
Que eu não vou ficar muito atrás

Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
E que eu te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Velho!


Mais um ano amarelado que fica para tras.
No ultimo dia de 2008, decidi fazer uma pseudo-purificação em mim mesma, começando por nao acordar de mau humor.
Depois, fiz uma geral: A Abigail passara a virada com um novo visual. Uma nova personalidade.
A roupa branca foi selecionada de ultima hora, mas ficou perfeita. O vestido de renda novinho da minha mae, uma vez ajustado, caiu bem como uma luva.
A lingerie vermelha(pra dar sorte no amor, eh claro) foi separada cuidadosamente.
A sandália dourada coube perfeitamente nos meus pes trinta e cinco.
Os dentes foram astuciosamente escovados, os cabelos lavados, tratados e penteados.
As unhas lixadas e feitas: base com cheiro de menta.
A maquilagem foi feita com traços suaves e naturais.
Tomei um banho de chuva.
Ela levou consigo todas as impurezas que existiam no meu corpo ate dado instante.
Tudo escorrendo e correndo junto com a agua vinda dos ceus.
Por um instante, senti-me imensamente feliz. Completa.
Como se tudo que eu precisasse no mundo, estivesse ali, naquele momento.
Um vento gelado soprando em meu rosto, gotas espessas de chuva molhando-me por inteira e o silencio.
Eu e a natureza. E nada mais.
A lasanha esta quente no forno, a champanha e o sorvete napolitano estao gelando, o Bidu latindo freneticamente no quintal, os fogos de artifício estourando no ceu negro, meus pais procurando o documento da Veraneio, meu irmao falando sobre experiencias cientificas, minha irma me apressando enquanto escrevo...
...Tamires, esta chegando a hora!
Sim, estou indo!
Estou indo pra onde o vento me levar!
Estou indo para a rua mais alta da cidade, indo ver a festa de luzes brilhar!
Indo pra longe, pro fim do mundo, pra onde algo possa me aturar!
Porque eh ano novo, ano velho, afinal, quem ha de se importar?


Feliz Ano Velho!!


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

I Of The Mourning

Smashing Pumpkins


Radio, play my favorite song
Radio, radio
Radio, I'm alone
Radio
Radio, please don't go
Radio

I peer through curtains on empty streets
Behind a wall of color writing
No one's out there
To hear if I care
About the troubles in the air

Cause I of the mourning now go
Pick up where my thoughts left off
Cause I'm home to die on my own

As my radio plays my favorite song
Radio, radio
Radio, don't you know
Radio, radio
Radio, I'm alone

I've blown the dust off my guitar
In the attic with the stars
I read your letters to feel better
My tears upon the faded ink

Cause I of the mourning now go
Pick up where my thoughts left off
Cause I'm home to die on my own

As my radio plays my favorite song
Radio, radio
Radio, I'm alone
Radio, radio
Radio, please don't go

I sit in the dark light
To wait for ghost night
To bring the past to life
To make a toast to life
Cause I have survived

What is it you want
What is it you want to change
What is it you want
What is it you want to change
What is it you want to change

Radio, radio, radio, radio
Radio, radio, radio, radio
Radio, radio, radio, radio

What is it you want
What is it you want to change
What is it you want
What is it you want to change
What is it you want to change

terça-feira, 2 de dezembro de 2008




Requiem

E lá estava ela.
Mais uma vez envolvida por pensamentos culposos. Ressentimento. Dor. Mágoa...
Presa no passado. Acorrentada.
As correntes são fortes. Ela tenta em vão fugir. Abandonar algo que parece mais ser o seu destino. Fatal.
Não...metade dela sabe, conhece a verdade. Mas é menos doloroso assim. Fantasiando. Fingindo-se que é a vítima. Inocência.
Enquanto os vermes a comem por dentro e o cheiro de podridão começa a tomar conta do aposento, o sangue vai fluindo...
...para não se sabe onde.
A música vai cortando tudo o que ve pela frente: esperanças, amores, alegrias, conquistas, desesperos, angustias...deixando-a apenas com a solidão. A solidão e aquele buraco no peito. Oco.
Queijo Suíço. Em pedaços...
Porque?
Mozart sabia...ela podia sentir o que ele sentia. Uma ponte. Uma conexão.
E de repente, o mundo pareceu pequeno demais. Minúsculo para os dois. As duas almas que sofriam e clamavam desesperadamente por alguem. Alguem que fizesse toda aquela tristeza ir embora.
Depois de um tempo, ela já não sentia nada. Imunidade. As notas ricocheteavam em seus ouvidos e ela apenas as assimilava. Nada de dor. Nada de nada.
Uma onda de súplica invadiu-lhe o peito, e foi se expandindo...
O que eu fiz?
Agora tudo estava ficando mais doce...mas não menos venenoso. As notas suaves feriam novamente, a raiva estava entrando em ação, a intolerância, a depressão, o desespero....não!
Nãããããããoooo!
Querendo acabar logo com isso, sem pensar duas vezes, resolve apelar para a sua ultima chance, sua ultima esperança...
Amém!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Morangos Silvestres

PRÓLOGO

Uma vez, disseram-me que a melhor coisa do mundo era o chocolate.
Que só ele conseguia preencher o vazio deixado por quaisquer que fossem os temporais. Na hora, acreditei. Acreditei porque não restava-me outra saída naquele momento: "Ah, é?".
As lágrimas que escorriam como manteiga derretida foram cessadas. Os lábios se entreabriram, a língua foi posta para fora e sobre ela, depositado um pequeno pedaço de chocolate.
Pronto. Meu paladar enlouqueceu de vez!
Em segundos, o que era sólido tornou-se líquido. A calda doce e espessa bailava por entre meus dentes de marfim. Depois do baile, descendo por um longo e profundo tobogã, ela se foi. Só ficou na boca aquele gosto já conhecido: Quero mais!

Mas isso foi há um bom tempo atrás.
Agora, descobri o que realmente faz-me ter orgasmos alimentícios.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008