quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Velho!


Mais um ano amarelado que fica para tras.
No ultimo dia de 2008, decidi fazer uma pseudo-purificação em mim mesma, começando por nao acordar de mau humor.
Depois, fiz uma geral: A Abigail passara a virada com um novo visual. Uma nova personalidade.
A roupa branca foi selecionada de ultima hora, mas ficou perfeita. O vestido de renda novinho da minha mae, uma vez ajustado, caiu bem como uma luva.
A lingerie vermelha(pra dar sorte no amor, eh claro) foi separada cuidadosamente.
A sandália dourada coube perfeitamente nos meus pes trinta e cinco.
Os dentes foram astuciosamente escovados, os cabelos lavados, tratados e penteados.
As unhas lixadas e feitas: base com cheiro de menta.
A maquilagem foi feita com traços suaves e naturais.
Tomei um banho de chuva.
Ela levou consigo todas as impurezas que existiam no meu corpo ate dado instante.
Tudo escorrendo e correndo junto com a agua vinda dos ceus.
Por um instante, senti-me imensamente feliz. Completa.
Como se tudo que eu precisasse no mundo, estivesse ali, naquele momento.
Um vento gelado soprando em meu rosto, gotas espessas de chuva molhando-me por inteira e o silencio.
Eu e a natureza. E nada mais.
A lasanha esta quente no forno, a champanha e o sorvete napolitano estao gelando, o Bidu latindo freneticamente no quintal, os fogos de artifício estourando no ceu negro, meus pais procurando o documento da Veraneio, meu irmao falando sobre experiencias cientificas, minha irma me apressando enquanto escrevo...
...Tamires, esta chegando a hora!
Sim, estou indo!
Estou indo pra onde o vento me levar!
Estou indo para a rua mais alta da cidade, indo ver a festa de luzes brilhar!
Indo pra longe, pro fim do mundo, pra onde algo possa me aturar!
Porque eh ano novo, ano velho, afinal, quem ha de se importar?


Feliz Ano Velho!!


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

I Of The Mourning

Smashing Pumpkins


Radio, play my favorite song
Radio, radio
Radio, I'm alone
Radio
Radio, please don't go
Radio

I peer through curtains on empty streets
Behind a wall of color writing
No one's out there
To hear if I care
About the troubles in the air

Cause I of the mourning now go
Pick up where my thoughts left off
Cause I'm home to die on my own

As my radio plays my favorite song
Radio, radio
Radio, don't you know
Radio, radio
Radio, I'm alone

I've blown the dust off my guitar
In the attic with the stars
I read your letters to feel better
My tears upon the faded ink

Cause I of the mourning now go
Pick up where my thoughts left off
Cause I'm home to die on my own

As my radio plays my favorite song
Radio, radio
Radio, I'm alone
Radio, radio
Radio, please don't go

I sit in the dark light
To wait for ghost night
To bring the past to life
To make a toast to life
Cause I have survived

What is it you want
What is it you want to change
What is it you want
What is it you want to change
What is it you want to change

Radio, radio, radio, radio
Radio, radio, radio, radio
Radio, radio, radio, radio

What is it you want
What is it you want to change
What is it you want
What is it you want to change
What is it you want to change

terça-feira, 2 de dezembro de 2008




Requiem

E lá estava ela.
Mais uma vez envolvida por pensamentos culposos. Ressentimento. Dor. Mágoa...
Presa no passado. Acorrentada.
As correntes são fortes. Ela tenta em vão fugir. Abandonar algo que parece mais ser o seu destino. Fatal.
Não...metade dela sabe, conhece a verdade. Mas é menos doloroso assim. Fantasiando. Fingindo-se que é a vítima. Inocência.
Enquanto os vermes a comem por dentro e o cheiro de podridão começa a tomar conta do aposento, o sangue vai fluindo...
...para não se sabe onde.
A música vai cortando tudo o que ve pela frente: esperanças, amores, alegrias, conquistas, desesperos, angustias...deixando-a apenas com a solidão. A solidão e aquele buraco no peito. Oco.
Queijo Suíço. Em pedaços...
Porque?
Mozart sabia...ela podia sentir o que ele sentia. Uma ponte. Uma conexão.
E de repente, o mundo pareceu pequeno demais. Minúsculo para os dois. As duas almas que sofriam e clamavam desesperadamente por alguem. Alguem que fizesse toda aquela tristeza ir embora.
Depois de um tempo, ela já não sentia nada. Imunidade. As notas ricocheteavam em seus ouvidos e ela apenas as assimilava. Nada de dor. Nada de nada.
Uma onda de súplica invadiu-lhe o peito, e foi se expandindo...
O que eu fiz?
Agora tudo estava ficando mais doce...mas não menos venenoso. As notas suaves feriam novamente, a raiva estava entrando em ação, a intolerância, a depressão, o desespero....não!
Nãããããããoooo!
Querendo acabar logo com isso, sem pensar duas vezes, resolve apelar para a sua ultima chance, sua ultima esperança...
Amém!