Era para isto ser uma poesia. Uma linda poesia...
Mas não consigo. Não hoje, não agora...
Sabe, eu queria. Queria escrever algo bonito, algo que pudesse tocar o teu coração.
Mas não hoje. Hoje não...
Sinto-me vazia. Como se toda energia, que outrora vivia dentro de mim, tivesse escorrido rumo ao ralo.
Sabe quando voce esta lavando as mãos, e tira o anel? (uma metáfora, vamos lá!)Então, é basicamente isso. Como se eu tivesse deixado a energia num canto da pia, e de repente -como um anel- ela escorrega da minha mão e desliza agilmente em direção ao ralo. Nesta hora bate um desespero. As mãos procuram rapidamente impedir que o anel - energia- chegue ao seu triste fim: o ralo. O pior de tudo é quando não conseguimos. Quando olhamos para o ralo da pia e não vemos nada além de fios de cabelo condenados, um restinho de creme dental e alguns pedaços de sabonete derretido. É triste. Tentamos -quase sempre em vão- pegar um arame -ou qualquer outra coisa do gênero- para recuperar o que literalmente desceu pelo ralo. Mas nada. Tudo em vão. Então, sentimos um vazio dentro do peito, olhamos para a mão -onde antes existia o tal anel, ou pra dentro de nós mesmos, onde existia a energia, enfim- e notamos que esta faltando algo. Algo que, talvez, nunca mais teremos. Podemos ir numa relojoaria, claro! Comprar outro anel pra tentar suprir a falta que o outro faz. Mas não, não será a mesma coisa, não o mesmo anel -ahn, ou energia, ela nunca será a mesma.
Nada é insubstituível, porém, cada coisa/pessoa é única, e tem seu exclusivo valor.