sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sobre Ser Inesquecível

 

Aparecida 399 

Sobre Ser Inesquecível

É certo que todos já passamos, pelo menos cem vezes uma vez na vida, pelo momento crucial no qual as perguntas que bombardeiam a nossa mente são exclusivamente motivadas pela mistura da neura curiosidade com a carência necessidade. Não uma necessidade em saber uma coisa qualquer, mas sim específica, aquela com uma sede em receber uma resposta plausível, tragável e comestível(rimandinha). Sempre a mesma resposta banalizada idealizada: claro que eu nunca me lembrei/lembro/lembrarei esqueci/esqueço/esquecerei de você!

Em matéria de sentimentalismo, sou expert. Se puder acrescentar um caminhão de drama extra, condiz mais ainda com a minha pessoa. Dado isso, sei que tais perguntas sempre irão brotar em nossas mentes ocas, nem que floresçam só na Primavera. A verdade está aí, não adianta negar. Até o Shrek ser mais macho e bruto do Universo tem seus momentos Luluzinha reflexivos, não adianta esconder. Eu, você e todos nós sabemos muito bem que na calada da noite, quando o fim do dia e o cansaço chegam, no fundo do seu coraçãozinho bate um aperto no peito, uma depressão. Os pensamentos inconvenientes surgem e trazem com eles recordações, principalmente das pessoas que já passaram pela sua vida. Você coloca a mão na boca para não vomitar testa e indaga para as paredes o seu eu-lírico: será que “X” lembra-se de mim?

Por mais frios e calculistas que possam ser os  relacionamentos mentirosos, ilustrativos ou míticos amorosos, afetivos ou apenas físicos, certamente alguma coisa deles ficou guardada e anexou-se a você. Algo foi modificado e não irá voltar à sua forma original.

Tolices, marotices e blá, blá, blá Brincadeiras à parte, cheguei finalmente no ponto em que queria.

Homens e mulheres passam diariamente por nós nas ruas, conduções, corredores…A cidade é um formigueiro. Desde os primeiros anos de vida, nos deparamos com pessoas que fazem parte do nosso dia-a-dia: nossos familiares, amigos de todos os anos escolares, colegas de profissão e potenciais companheiros para uma vida. Muitas delas, de certa forma, contribuem para a nossa formação, algumas agregam-nos valores…Poucas tornam-se inesquecíveis.

Não sei você, mas eu gostaria de sempre me encaixar no pequeno e último grupo. Não importa se fui inesquecível para um cliente quando o atendi respeitosamente, para um professor quando fiz uma pergunta intrigante, para uma criança quando dei-lhe colo, para um paciente quando doei meu sangue e salvei sua vida, para um desconhecido quando, ao cair, ajudei-lhe a levantar, para um rapaz com o qual me relacionei e me entreguei por completo.

O ato em si não exige grandes façanhas, mas sim intensidade. Seja inesquecível nas pequenas coisas, apegue-se aos detalhes que fazem a diferença. Seja único, honesto e íntegro. Honre suas palavras, suas promessas e seus compromissos. Tenha valores bem definidos, busque fazer para os outros aquilo que faria para si mesmo. Mostre o quanto se importa, um mero sorriso pode dizer muito mais que palavras. Não deixe que o mundo diga que você é piegas ou démodé: se ama, diga em alto e bom tom!

Adoro pessoas marcantes na minha vida. Gosto de ouvir uma música, ler um livro, comer um doce, observar uma flor ou qualquer outra coisa que me faça lembrar de alguém específico.

Aproveitando o momento, agradeço a TODOS que fizeram, fazem e que continuarão fazendo parte da minha vida. Quem me conhece, sabe que nunca ocultei o quão as pessoas são importantes para mim, certamente se você se encaixa na categoria “Marcante”, irá saber. Se não, e ainda acha que vale a pena, por que não tentar?

Por Tamires Lemos de Assis

 

#Ao som de “Lista de Reprodução – Músicas Clássicas Favoritas”

domingo, 24 de outubro de 2010

Shelter



Shelter
I find shelter, in this way
Under cover, hide away
Can you hear, when I say?
I have never felt this way
Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on
Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on
Could I be, was I there?
It felt so crystal in the air
I still want to drown, whenever you leave
Please teach me gently, how to breathe
And I'll cross oceans, like never before
So you can feel the way I feel it too
And I'll mirror images back at you
So you can see the way I feel it too
Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on
Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on
Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on

The XX - Shelter

terça-feira, 12 de outubro de 2010

The XX

 

The XX

Já se pegou pensando em alguma coisa que, aos seus olhos, é impossível? Algo que não se encaixa no contexto, uma peça errada em um quebra-cabeça? Que pareça uma hipérbole, uma antítese ou uma outra figura de linguagem? A incógnita “x” de uma equação? Eu sei que a resposta é sim, não há outra. Sendo assim, deve concordar que as vezes, somos nós quem não compreendemos as coisas como elas realmente são. Nós que as tornamos impossíveis. Temos a mania cretina de trabalhar com suposições, julgamentos, de transformar um fato ou sentimento em algo superestimado, de colocar coisas e pessoas em um pedestal. Criamos a ilusão de que meros sonhos são impalpáveis. O tempo passa. Deixamos engavetado esse pensamento e, quando menos se espera, algo acontece. Chega o dia em que estamos prestes a quebrar essa linha tênue entre o sonho e a realidade. Como diria Smashing Pumpkins em “Tonight, Tonight”: "[…]The impossible is possible tonight[…]”.

(Temos que parar com soluções drásticas, imediatistas. Eu sei que é um enorme desafio, uma vez que eu mesma que vos falo sou “Drama Queen”. Porém, não custa nada tentar. O fato de eu saber exatamente sobre o que se trata, como evitar ou combater, o que devo ou não fazer, não implica em uma execução ou tomada de decisão sensata da minha parte. Falar é uma coisa, fazer é outra. Nem sempre o sábio consegue direcionar o seu conhecimento para beneficio próprio ou de outrem, nesse caso todas as idéias se perdem em um vazio sem fim. De que adianta reter as informações? Cadê a promessa de disseminar e compartilhar seus pensamentos com o mundo? O que tem a oferecer para o seu genitor?

Temos definitivamente que viver mais o agora. O que se foi está enterrado e o porvir é um mistério. É melhor pensar assim: um pote de ouro no fim do arco-íris. Devemos confiar mais, jogar de menos. Mas cuidado: nessa filosofia estilo “Carpe Diem” não tem lugar para a inconseqüência, dizer para aproveitar o momento não implica em baderna, e sim em valorizar as coisas simples da vida, contribuir com o próximo e amar a si mesmo.)

Citando Smashing Pumpkins mais uma vez, ainda sobre a mesma música: [..]Believe in me as I believe in you...[…]. E quando menos se espera, acontece.

Por Mirabelle

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#Ao som de The XX – Álbum XX(Intro, VCR, Crystalised, Islands, Heart Skipped a Beat, Fantasy, Shelter, Basic Space, Infinity, Night Time e Stars).

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ele Não Vem

Ele Não Vem

 

Debruçada sobre a penteadeira, Marcela maquilava-se graciosamente, contorcendo os lábios. A porta estava fechada, mas ele fora tão cuidadoso que ela nem percebera a sua presença. “Você está linda”, disse ele com um sorriso torto, olhos melancólicos e semi-cerrados. “Obrigada, Maninho! Vou sair com o Ricardo, ele vem me buscar em alguns minutos". Ele caminhou até a sacada e pôs-se a observar o céu. “Marcela, olha que fim de tarde linda. Tons cinzas e negros, nem uma estrela sequer. Escuridão”. Ela não deu muita atenção. “Pois é…Vai ficar em casa hoje?”, perguntou enquanto ajeitava os cabelos. “Sim, estou fazendo aquela torta que você adora, igual a mãe fazia. Ficará pronta em dez minutos. Quer um drink enquanto isso?”. Ela continuava concentrada no seu ritual de beleza, olhou para ele rapidamente. “Eu adoraria, mas o Ricardo pode chegar a qualquer momento. Vamos deixar para um outro dia, sim?”. Ele não respondeu. Deu as costas para ela e retornou à sacada. Aquilo era demais, não suportava a idéia de dividi-la com outro homem. Solução drástica, mas ele não se arrependia. O que estava feito, estava feito. “Ele não vem”, disse ainda observando o negrume do céu. Marcela parou de aprumar-se. “O que disse?”. Ele calmamente virou-se e, olhando fixamente para sua meia-irmã, repetiu. “Ele não virá, Marcela. Nem hoje, nem amanhã…Nem nunca mais”. Estava sério, não havia sorriso torto, apenas melancolia. “Do que você está falando, Marcelo? Estou ficando assustada”. Ele caminhou em sua direção. “Estou apaixonado por você. Eu te amo, fuja comigo”. “Você está louco, vou esperar o Ricardo lá embaixo”. Virou-se para sair, mas ele a deteve, puxando-a pelo braço. “Você não vai a lugar algum! Já disse, ele não virá. E sabe por que? Ele está morto, eu o matei! E você fará o que eu mandar, a menos que queira ir presa”. “Seu assassino, eu vou…”. Mas ele tapou-lhe a boca. “Não, não vai. Tomei muito cuidado, todas as provas apontam para você”. Marcela chorava desesperadamente, as lágrimas caiam sem dificuldade. “Ah, meu bem…Sorria! Vamos comemorar, a torta já deve estar pronta”.

Por Tamires Lemos de Assis

 

Ps: conto elaborado como redação do cursinho com base em um conto de Machado de Assis, onde dois irmãos de mesmo nome, sendo ela filha legítima e ele adotado, podem ser íntimos além do laço de criação que os une.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

ESTAMOS COM FOME DE AMOR - Arnaldo Jabor

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[Nesta segunda-feira(20) na aula de redação do cursinho, lemos um texto muito interessante do Arnaldo Jabor, que prendeu a minha atenção. O curioso, é que ele não se encaixa apenas na minha vida, mas na de todos. Tenho certeza: qualquer um que ler estas palavras, minuciosamente escolhidas, irá se identificar com pelo menos alguns pontos do artigo.]

"Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem,o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam,alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida? Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós. Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho"! Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis. Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois. Quem disse que ser adulto é ser ranzinza.

Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra que pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada  de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é pra continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida. Antes idiota que infeliz!"

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sobre Envelhecer…

ouro fino 163

Sempre olhei para a velhice com os olhos de uma criança: é a época da vida na qual os avós estão “de férias”. A avó gosta de assar biscoitos de polvilho e fazer sorvete de beterraba, cozinhar uma macarronada com muito molho e comprar queijo de minas para comer com goiabada. O avô sempre promovendo partidas de dominó, bingo e damas, valendo como prêmio deliciosos chocolates, pirulitos, balas, chicletes e outras guloseimas. Em toda parte tinha algum gibi da Turma da Mônica. A casa está sempre limpa, as roupas de cama engomadas, a mesa posta com comidas suculentas e as flores sempre regadas, exalando um perfume adocicado pelo quintal.

Ser velhinho é andar de vagar, meio curvado. É usar dentadura, tirá-la para dormir e esquecê-la dentro de um copo d’água no criado-mudo. É ter aquela pelanquinha fina debaixo dos braços, tão gostosa de apertar. É usar pijama e pantufas o dia inteiro. É guardar fotografias cor sépia, disco de vinil e moedas antigas. Ter como parte da decoração lembrancinhas de todas as suas bodas.

Avós sempre contam boas histórias. O avô, quando jovem, ia para a pescaria e voltava com peixes enormes, mas tão grandes que para carregá-los era necessário vários homens. Ele era demais, as feras do mar nunca o venciam. A avó conquistava todos por onde passava. Contava que os homens da cidade eram apaixonados por ela, e que o número de pedidos de casamento que recusara podia ser apenas comparado com a quantidade de lágrimas que derrubou durante toda a sua vida.

Férias de Julho é mais gostoso na casa dos avós: encontrar os primos que não via há tempos, brincar no parquinho da praça, ir na matinê com fantasia de Rambo, assistir aos Jogos de Inverno, pular Carnaval na rua seguindo os blocos, ganhar boné do Timão e assistir ao jogo comendo pipoca, doce de leite com queijo de palito até cansar. Preparar apresentações musicais nos eventos familiares, cantar “As Quatro Estações” de Sandy e Júnior, montar um grupo cover das Spice Girls e ser a Victoria, com direito a dancinha e autógrafos.

Descrevi a MINHA ideia, quando criança, da velhice em Ouro Fino-MG, onde moram meus avós: Lourdes e Geraldo. Criança na sua inocência, sempre acha que os seus avós são imortais. Quem nunca fez com que eles prometessem que não iriam morrer? Que assim como os nossos pais, nunca deveriam nos deixar? Todo mundo tem medo de perder aqueles que mais ama.

Mineira de sangue e não de estadia, percebo que os poucos dias em que fiquei na minha terrinha foram suficientes para criar raízes, estas que permanecem bem fixas até hoje. Percebo agora, o quanto tudo isso faz parte de mim, o quanto sinto por não ser mais criança, por ter agora que encarar a vida como ela realmente é: imprevisível.

Tenho constantemente vontade de pegar meus avós, colocá-los em um potinho e guardá-los comigo para sempre, sempre e sempre. Na verdade, eu faria uma coleção de potinhos, colocaria neles todas as pessoas que amo, por que só a ideia de não tê-los comigo me dói. Queria ter feito isso com a minha vó Amélia, com o meu primo Wandrey, com tanta gente especial que passou pela minha vida, deixou marcas e foi embora quando eu menos esperava. Mas eu seria muito egoísta se fizesse isso. Devemos deixar livre as pessoas que amamos, por que se tudo for verdadeiro, não importa o que aconteça elas estarão sempre conosco.

Nesse feriado de 7 de Setembro irei para minas, cessar a saudade imensa, de quase dois meses, que estou dos meus avós. Será muito importante, pois mais do que nunca eles precisam de muito amor e carinho, afinal não é qualquer um que chega aos 80 e poucos como eles chegaram.

No fim das contas, palavras nunca são suficientes para mostrar o verdadeiro valor das coisas, elas fazem com que apenas uma ideia represente tudo o que sentimos e pensamos. Mesmo assim, escrevo mais algumas linhas dizendo o quanto amo meus avós, o quanto são importantes para mim, o quanto me dói não tê-los sempre por perto, não tê-los eternamente.

Eu sei que uma hora ou outra tudo finda, é inevitável. Mas desejo do fundo do meu coração que no momento, ocorra tudo da forma mais doce e suave possível.

#Ao som de Mozart, Ravel, Tchaikovsky, Pachelbel, Schubert e Beethoven.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

I Need Some Fine Wine And You…

…You Need To Be Nicer.

Essa segunda quinzena de Agosto tem sido muito maluca singular. A TPM intensificou meus problemas e aflorou bons e maus assassinos sentimentos. Logo na quinta-feira comecei a me sentir mal, o primeiro indício de que algo estava errado foi sinalizado pela dor de cabeça, que ultimamente tem me dado bom dia, boa tarde e boa noite. Companheira para todas as horas. casamento. Neste momento já foi agregado aos sintomas: tosse, espirro, dor no corpo, cansaço…

Coisas estranhas incomuns também aconteceram: é incrível como as pessoas são extremistas e sensacionalistas, sempre uma tempestade em um copo d’água, certo? Esse parece ser o lema que rege o universo, criada pelo meu tão odiado amado Deus Murphy. Mas tudo há de se estabilizar, não dá para parar a vida sempre que alguma coisa não sai como eu quero planejado/desejado.

Enfim, agora com as aulas de inglês, dos livros de vestibular e de Sociologia, Filosofia e História da arte no cursinho, o fim de semana parece um dia tenso comum. Meu sábado virou uma segunda-feira. Domingo passado tive simulado e ontem trabalhei 10h. Cheguei em um ponto que é inútil desejar uma sexta feira por que não tem catchaça saída, um sábado por que não tem ninguém amigas em casa, um domingo por que não tem internet soneca até depois do almoço.

Sinto uma falta imensa de ler um montão de livros, de acompanhar vários seriados, baixar inúmeros filmes por torrent e ficar assistindo até tarde da noite. De ir na Feira Hippie de domingo comer dois pastéis com suco e docinhos pastel, de ir tentar jogar bola no Taquaral, de ir ao cinema, ao Delta Blues Bar…Como faz falta! Mas sei que é para um bem maior…Passar na faculdade. Falando em faculdade, as inscrições para os vestibulares já estão começando, amanhã mesmo farei a da Unicamp.

(Bom, a Tô entrou na net agora e vou fofocar conversar com ela ;D)

Lema do momento: “no pain, no gain”.

 

Ao som de #The Cardigans, The Corrs e The Cranberries (I love so much!!!)

domingo, 15 de agosto de 2010

A Menina dos Olhos Brilhantes

Havia um tempo em que os sentimentos transbordavam –de tristeza ou alegria- rendendo boas histórias. A menina dos olhos brilhantes deleitava-se com a infinidade de emoções que enchiam o seu peito e sua mente, preenchendo as linhas de um caderno velho de anotações. Mas esse tempo ficou no passado. Agora o que ocupava sua mente e seus dias era a responsabilidade, que não a deixava em paz nem por um segundo. As vezes, acordava para mais uma vez cumprir suas obrigações, olhava-se no espelho e encarava uma pessoa desconhecida. Quem habita o outro lado do espelho? Essa não sou eu…

Nós mudamos constantemente e, mesmo não percebendo isso quando fazemos uma auto-análise, as pessoas que estão olhando de fora reparam. Somos cegos para os nossos erros e defeitos, mas temos olhos de águia quando se trata de observar os outros.  Temos medo de mudanças por que geralmente, elas representam a necessidade de transformarmos as coisas ao nosso redor e a nós mesmos, e no fundo sempre nos sentimos um pouco apegados ao passado, ao corpo, ao material, e precisamos buscar meios para nos auto-superarmos. Mexer com alguma coisa que está quieta é sair do comodismo, e por isso “sacudir a poeira” incomoda tanto.

A menina dos olhos brilhantes hoje é apenas a menina dos olhos. Atentos, desconfiados, esperançosos…Apenas duas esferas observadoras e nostálgicas, que esperam ansiosamente que um dia, um novo brilho apareça, quem sabe até mais cintilante.

 

#Ao som de Pearl Jam e Muse

domingo, 8 de agosto de 2010

Metamorfose Ambulante

 

barbie-gorda

 

O imediatismo nunca esteve tão presente em nossas vidas como nos dias de hoje. A necessidade de acompanharmos as milhares de informações lançadas a cada segundo é imensa. A tecnologia tornou-se descartável, tendo um curtíssimo “prazo de validade”. Os valores foram modificados com base nas novas e supérfluas relações interpessoais. O comportamento humano já é outro. A mente humana já é outra. Já!

Na história da humanidade, sempre houve modificações, mas no geral elas aconteciam em um longo período. Estamos no século XXI, e inúmeras transformações continuam acontecendo, porém a curto prazo. O tempo não muda: Temos as mesmas 24 horas, os mesmos 365 dias, só que acrescentamos um maior número de atividades à nossa rotina. Tratamos com prioridade aquelas coisas que são opção; os valores foram distorcidos e hoje um “eu preciso” é aplicado a um batom novo, mas não a um prato de comida. Coisificação.

Os relacionamentos também passaram por modificações, estão tornando-se cada vez mais superficiais. Um “eu te amo” não é algo dito com o intuito sentimental, e sim como uma forma de extravasar efusivamente a futilidade.

Toda essa “metamorfose ambulante” inserida nesta “mundo instantâneo”, do mesmo modo que pode trazer coisas boas para a sociedade, pode trazer certos malefícios. Um deles é que o ser humano está “perdendo” a capacidade de pensar. Ora porque recorre a meios práticos para resolver os seus problemas, acentuando assim o comodismo, ora porque há uma falha na educação dos jovens de hoje, deixando a desejar quando não ensina a analisar os fatos e perceber que o mundo não é descartável, que as pessoas são mais importantes que os bens materiais, que a tecnologia e praticidade são excelentes, desde que utilizados com cautela e moderação.

Por Tamires Lemos de Assis

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Redação elaborada com base no tema:

- A Efemeridade/Transitoriedade dos fatos, dos valores, das relações e seus efeitos no ser humano.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Tequila

 

 

Tequilada

Eis que ainda estou na espera da tão sonhada “habilitação”(provisória). Para descontrair toda essa tensão de serviço-carta-vestibular-inglês, nesse meio tempo, me joguei na tequila. Julho foi definitivamente um mês singular, só na semana passada foram 5 doses de tequila, festa dos anos 60, baladinha…Comentei que sentia falta de algo “louco” neste 2010 cheio de promessas, obviamente consigo algo melhor, mas no sábado fiz algo que SEMPRE quis fazer: Dançar em cima de algum palco/balcão em balada. Que sensação BOA, de PODER! hehe

Férias do cursinho acabando e com ela, as noites de seriados, skype, filmes, músicas, livros…(não vou lamentar meus 16 novamente! haha). Confesso que me dá um leve desespero(é possível?) imaginar que já estamos quase em Agosto, que eu com os meus bem preenchidos 1,55m tenho 20 anos de existência…Dá pra acreditar numa coisa dessas?

O intrigante é que algumas coisas parecem tão exatas e tão certas, que em um momento tornam-se absolutas, e já num outro…É como se fossem estranhas até para nós mesmos. Essas incertezas sempre dizem olá para mim: Hoje quero isso, amanhã por uma simples ação de outrem, minha ou até do destino, posso querer aquilo. Por que as coisas simples tornam-se tão confusas e vice-versa? Ironias do destino…

Murphy says: Beijosmeligagata.

Eu não liguei no dia seguinte. Ele ficou “P” da vida e ai…bom, todo mundo já conhece a definição da palavra “Vingança”.

#Ao som de: Portishead – Álbuns “Glory Times” e “Dummy”.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pop Tart

 

Ps: Foto estilo “La Francesa”, tirada ontem.

Murphy, seu viadinho danadinho!!!

Voltando ao assunto do ultimo post, onde eu chorava as pitangas com saudade dos meus 16 anos, lembro que naquela época linda eu também era louca para fazer 18 e tirar a habilitação. Então assim que pude, comecei a juntar um dinheirinho esperto para pagar a auto escola. Acontece que Murphy já existia, e como num sonho…Puff! Fiz 18 e não tinha mais o dinheiro inicial. Fui deixando, deixando…De 2008 o sonho se teletransportou para 2010. Comecei a tirar a carta em Janeiro, nas férias, quando também comecei a trabalhar. Em Março vieram o cursinho e o inglês, e por consequência o tempo foi ficando cada vez mais curto. Juntamente com as flores de Maio chegou a primeira reprova. No começo de Julho, veio embrulhado num papel de presente(para comemorar meus 20 invernos) a segunda. Hoje, no dia do vencimento da minha segunda rematrícula, quando já estava cogitando a possibilidade de nascer novamente…APROVADA! Porra Pouts, tardou mais chegou!! Foram os meses mais agonizantes da minha vida loka! Não dormi direito nas vésperas, gastei horrores com chocolates e esmaltes(nice!), atormentei amigos e familiares, mobilizei um mutirão de energia positiva…Mas no fim deu tudo certo!!

Falem o que quiser, mas para mim essa foi uma das maiores conquistas, por que eu sofri e consegui na raça! hahaha

 

#Ao som de Smashing Pumpkins

 

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Run Away From Here

fugir

Os anos queimam. Os números mudam.

Eis que ontem tinha 16, fechei os olhos e acordei com 20 anos. Vejo fotos antigas, leio algumas coisas que escrevi há um tempo atrás…A essência é a mesma, a embalagem é outra.

Em partes fico feliz, consegui construir excelentes opiniões e amizades, fazer escolhas importantes, assumir certas responsabilidades que não são para qualquer um. Aprendi na marra que do mesmo jeito que certas coisas não precisam ser ditas para se entender o significado, outras são ditas sem razão alguma apenas para preencher um vazio. Resumindo, agora sei que se eu tropeçar em algum obstáculo e beber cair, obrigatoriamente tenho que levantar. A parte que me entristece é a que me acusa diariamente, dizendo que sempre posso aproveitar mais as oportunidades e momentos que surgem, que há uma ampulheta posta no meu criado-mudo marcando cada segundo de minha vida, lembrando que nada é eterno e que um dia irei morrer, virar pó.

Essa mudança para casa dos 2.0 me abriu os olhos para o que mais temo, que é a relação entre o que foi, o que é e o que ainda será. Ultimamente não tenho lidado bem com a cronologia: apegada ao passado, hesitante com o presente e temerosa com o futuro. Motivos não me faltam, escorrem aos litros. Mas creio que todos temos fases ruins, causadas por diversas razões, principalmente quando há o fator “idade” incluso no pacote.

Enfim, 2010 está sendo ÚNICO, mas ainda falta algo. Todo ano existe algo insano e memorável, e eis que estamos na segunda quinzena de Julho e NADA de louco aconteceu pra mim…

Tami Insana mode on, PLEASE!!

# Ao Som de: Smashing Pumpkins, Alice In Chains, Aerosmith e Beatles.

 

sexta-feira, 25 de junho de 2010

 

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti

#Ao Som de Silverchair - Roses

domingo, 9 de maio de 2010

Lótus

Muitos anos depois, recurvado sobre o túmulo, haveria de lembrar do perfume adocicado de Lótus que aqueles cabelos ruivos, selvagens, traiçoeiros e promissores emanavam.

Monte Verde era incrivelmente frio e romântico no mês de Julho.

Os enamorados gostavam de ficar na varanda sentindo o vento envolver-lhes com aquele sopro gélido, para depois aninharem-se debaixo dos cobertores: os corpos mudando de temperatura e esquentando-se gradualmente.

O fim de semana estava quase no fim. Ela sabia que uma amante não tinha direito de exigir exclusividade, era condenada a contentar-se com uma pequena fatia do amor. Por saber disso que durante anos, tornou daqueles os momentos mais intensos, mas nos últimos meses a realidade havia mudado.

O segredo que guardara deveria ser quebrado naquele domingo: Teria que contar a verdade, mesmo que o ferisse.

Após relaxar na banheira deitou, ainda com os cabelos molhados, no sofá da suíte. Chamou-o e graciosamente tomou-lhe as mãos, prendeu a respiração e disse a frase, carregada de pesar, que mudaria completamente o curso da vida de ambos: - Meu amor, eu estou morrendo.

Ele não a questionou e consentiu, mas por dentro a dor corroía-lhe as entranhas. Beijou-a na boca pela última vez e adorou cada centímetro do corpo feminino que tanto o encantava, desejando tê-lo para sempre.

Tomada por aquele momento penoso e com o coração aos prantos, ela tentava manter a face serena, disse o quanto o amava e que queria ficar apenas envolvida no calor dos teus braços. Minutos silenciosos depois, selou as pálpebras e caiu em um sono eterno.

Durante horas, seu corpo foi banhado por centenas de lágrimas aflitas, derrubadas por aquele homem que estava fadado a sofrer por amor até que a sua própria morte cessasse aquela angústia.

Por Mirabelle

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cartão de Visitas

Meu coração está despedaçado, mas não há exatamente um culpado para tal feito, seria impossível apontar o dedo na direção de uma só pessoa: Cada dedo das minhas mãos estaria apontando para alguém diferente.

O estranho é que ainda dói. Acho que depois de certo tempo há uma combinação das dores passadas que outrora me feriram - e ainda me machucam, mesmo que moderadamente - e isso as torna mais intensas. Sempre passam para deixar um cartão de visitas ou um olá qualquer.

É aquele hóspede volúvel: Aparece quando menos se espera e de uma forma quase imperceptível e inocente. Dou-lhe abrigo. Ele come da minha comida, veste minhas roupas, dorme na minha cama e claro... Se acomoda, e com a convivência, consequentemente, incomoda. Às vezes tenta fazer-me de gato e sapato: As entranhas vão torcendo-se, a agonia vai tomando conta de todos os meus sentidos até que, quando finalmente paira a idéia da liberdade e ele se vai, logo chega outro hóspede querendo virar tudo de cabeça para baixo novamente.

Por Mirabelle

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dia de Chuva

 

Chuva 048

Foto: Tamires Lemos de Assis

 

Campinas, 28 de Dezembro de 2009

Às 11h15 p.m – Segunda Feira

E mais uma vez, a chuva acabou com o seu plano de caminhar às 6h30 da manhã. Colocou as pantufas, foi até a cozinha e bebeu um copo d’água. "Gosto de barro, uma delícia. Filtro novo sempre deixa esse “toque especial”". Cogitou a possibilidade de passar um café, mas a combinação chuva+frio a deixou incrivelmente preguiçosa, então decidiu voltar para debaixo das cobertas e dormir mais um pouco.

Acordou quinze minutos depois com gotas d'água caindo em seu rosto: Esquecera a janela superior aberta. Voltou ao aconchego de sua cama. Vinte minutos depois, acordou ensopada, a sensação úmida foi atribuída rapidamente à mesma janela: Será que abriu com o vento? Será que não fechei direito? Mas obteve a resposta assim que olhou para cima: Goteiras. Praguejou baixinho: Porcaria!

Colocou as pantufas, voltou a cozinha e pegou uma panela, deixou-a sobre a cama e decidiu dormir no sofá. Como o edredom estava molhado, foi até o guarda-roupas e providenciou outro, não era o seu preferido, mas melhor com ele do que sem nenhum. Ainda com os olhos semi cerrados pela irritação matutina aos raios solares, rumou para a sala.

Ia esperançosamente deitar-se no sofá, quando ouve um grunhido: "Será o meu estômago? Devia ter tomado café e comido algo…Não, é Keira!" Sua cachorra estava dormindo sobre a colcha que ganhara no Natal passado. “Já pra fora!!”. Mas a cadela preguiçosa não se moveu, apenas piscou e babou um pouco, em si própria e na colcha marrom. “Ótimo”, pensou ela. “Perdi minha cama primeiro e agora o sofá…E pra uma cachorra!”.

Decidiu passar pelo quarto para ver se a panela já estava cheia d’água. No começo, quando percebeu que a mesma estava quase transbordando e que teria que esvazia-la, ela sentiu uma pontada de irritação, mas depois foi dominada por gargalhadas: Começara o dia com o pé esquerdo, a situação era ridícula! Não poderia ficar pior!

Porém…Todos sabem o que acontece quando a frase “Não poderia ficar pior” é proferida. As coisas, como se não estivessem ruim o suficiente, não só continuam acontecendo como ocorrem com maior freqüência e intensidade.

Keira começou a latir, tirando-a de seus pensamentos murphianos. “Pronto, o que será que essa cachorra louca quer agora? Ainda não está satisfeita?”. Keira latia em cima do sofá, pulando pra lá e pra cá, inquieta. A cachorra estava molhada…NÃO! Depois de dez minutos, havia cinco panelas na sala: Três no sofá, uma perto da TV e outra na porta de entrada.

Se existia uma coisa que ela detestava mais do que não conseguir dormir, era goteiras.

 

Por Tamires Lemos de Assis