domingo, 15 de agosto de 2010

A Menina dos Olhos Brilhantes

Havia um tempo em que os sentimentos transbordavam –de tristeza ou alegria- rendendo boas histórias. A menina dos olhos brilhantes deleitava-se com a infinidade de emoções que enchiam o seu peito e sua mente, preenchendo as linhas de um caderno velho de anotações. Mas esse tempo ficou no passado. Agora o que ocupava sua mente e seus dias era a responsabilidade, que não a deixava em paz nem por um segundo. As vezes, acordava para mais uma vez cumprir suas obrigações, olhava-se no espelho e encarava uma pessoa desconhecida. Quem habita o outro lado do espelho? Essa não sou eu…

Nós mudamos constantemente e, mesmo não percebendo isso quando fazemos uma auto-análise, as pessoas que estão olhando de fora reparam. Somos cegos para os nossos erros e defeitos, mas temos olhos de águia quando se trata de observar os outros.  Temos medo de mudanças por que geralmente, elas representam a necessidade de transformarmos as coisas ao nosso redor e a nós mesmos, e no fundo sempre nos sentimos um pouco apegados ao passado, ao corpo, ao material, e precisamos buscar meios para nos auto-superarmos. Mexer com alguma coisa que está quieta é sair do comodismo, e por isso “sacudir a poeira” incomoda tanto.

A menina dos olhos brilhantes hoje é apenas a menina dos olhos. Atentos, desconfiados, esperançosos…Apenas duas esferas observadoras e nostálgicas, que esperam ansiosamente que um dia, um novo brilho apareça, quem sabe até mais cintilante.

 

#Ao som de Pearl Jam e Muse