segunda-feira, 8 de junho de 2009

Redação da Flaviana

Redação elaborada com a utilização da coletânea referente a Rádio.

Era madrugada quando começaram os primeiros bombardeios sobre o céu da Polônia. O céu, que outrora era de um azul claro e limpo agora estava negro e cheirando a pólvora.

O civil polonês passara a noite em claro, ouvindo atentamente pelo rádio as notícias da Segunda Guerra Mundial: A invasão da Alemanha com suas tropas nazistas.

No único quarto da simples casa, sua esposa e filhos jaziam inocentemente, de forma despreocupada, o que contrastava com a terrível guerra que se alastrava por todo após. Sem mais, acordou-os.

Enquanto sua esposa alimentava as crianças e preparava trouxas com o necessário para fugirem, o civil estava no porão enchendo as moringas com água e preparando sua antiga arma de guerra. Neste instante, a estrutura tremeu, pedaços do teto caíram sobre a sua cabeça e podia-se ouvir estrondos e gritos vindos de cima. Então ele soube: Uma bomba havia atingido a casa.

Com ferimentos leves, rapidamente saiu em busca de sua esposa e filhos, procurando-os desesperadamente por todos os cantos da casa. Ao encontra-los soterrados pelos escombros, o civil sentindo uma onda de angústia invadir-lhe por dentro, começou a tirar os entulhos sobre os corpos, mas de nada adiantava: Estavam mortos.

Um som desviou sua atenção: O rádio que antes se encontrava sobre a mesa da sala, agora estava espatifado no chão, mas ainda transmitindo alerta vermelho, avisando a população polonesa para deixarem o país. Não havia outra saída.

Os vinte e seis dias que seguiram não foram fáceis. Várias vezes ao dia o civil, ao ouvir as notícias da guerra no rádio, recordava-se do quanto seus filhos gostavam de ouvi-lo, do sorriso largo de sua esposa quando se divertia com a Rádio Novela, e na falta que eles faziam. Nos primeiros dias, chegou a achar que iria enlouquecer. Sozinho, sem ninguém para conversar, rir, trocar confidências, buscou forças no amor que sentia pelos seus entes queridos e descobriu que podia ir muito mais longe quando pensa-se que não se pode mais.

Suas manhãs, tardes e noites eram preenchidas pela companhia daquela pequena caixa preta, seu companheiro de todas as horas, aquele rádio sempre esteve ao seu lado, trazendo-lhe notícias boas e ruins, fazendo-o rir, chorar, refletir e sentir saudades.

Por Tamires Lemos de Assis


É, ficou ruim, eu sei...mas não teve jeito!

hahahaha