Meu coração está despedaçado, mas não há exatamente um culpado para tal feito, seria impossível apontar o dedo na direção de uma só pessoa: Cada dedo das minhas mãos estaria apontando para alguém diferente.
O estranho é que ainda dói. Acho que depois de certo tempo há uma combinação das dores passadas que outrora me feriram - e ainda me machucam, mesmo que moderadamente - e isso as torna mais intensas. Sempre passam para deixar um cartão de visitas ou um olá qualquer.
É aquele hóspede volúvel: Aparece quando menos se espera e de uma forma quase imperceptível e inocente. Dou-lhe abrigo. Ele come da minha comida, veste minhas roupas, dorme na minha cama e claro... Se acomoda, e com a convivência, consequentemente, incomoda. Às vezes tenta fazer-me de gato e sapato: As entranhas vão torcendo-se, a agonia vai tomando conta de todos os meus sentidos até que, quando finalmente paira a idéia da liberdade e ele se vai, logo chega outro hóspede querendo virar tudo de cabeça para baixo novamente.
Por Mirabelle