sexta-feira, 9 de outubro de 2009

@itmusthavebeenlove

 

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Hoje logo pela manhã acordei com o despertador do celular tocando “Last Kiss” do Pearl Jam, levantei, acordei o meu irmão e ao invés de me arrumar para ir ao colégio, simplesmente envolvi-me novamente no calor aconchegante dos cobertores. Dormi profundamente.

Após levantar, senti algo estranho no ar. O dia estaria diferente ou seria eu? Fiz o almoço, mexi no computador, li poemas do Vinicius de Moraes e assisti Friends. Poderia obviamente ter parado por ai, ter pego meus livros de Português, Inglês, Geografia e História e ter estudado para o simulado de Humanas de amanhã, mas não. Meu irmão diz da sala: –Tamires, vai passar um filme chamado Diário de Uma Paixão, você vai querer assistir?

No mesmo instante, como um instinto, minha mente me manda uma mensagem: -Não, você não vai assistir por dois motivos. Primeiro, você precisa estudar para o simulado de amanhã, segundo e mais importante, você NÃO QUER chorar litros como da última vez, não quer tirar o band-aid da ferida, não irá cotucá-la e rancar a casquinha do machucado, quase cicatrizado, pra faze-lo sangrar novamente!

Como boa teimosa que sou, já imagina o que aconteceu, certo? Sim, fui assistir ao filme. Aquele que vi pela primeira vez em novembro de 2008, época de mudanças, de pessoas novas, de sentimentos novos…Lembro como se fosse hoje, chorei tanto! A cada cena que passava, cada diálogo, expressão de dor ou amor, lágrimas e lágrimas escorriam dos meus olhos. Eu me indentifiquei completamente com a personagem, parecia que vivia o drama que o casal principal estava vivendo no filme! E dava risada, chorava, lamentava e pulava no sofá, foram soluços e gritinhos excitantes durante as horas que se seguiram…Depois o vazio, a pior parte.

E hoje revivi todo aquele momento, aquele drama…Mas de uma forma diferente por que não mais era a garota de 2008, era a garota de 2009 que possuia novos sentimentos e novas emoções. A trilha sonora e as cenas encorporaram outros significados, mas não menos dolorosos. Absolutamente me identifiquei com essa nova mensagem do filme, até mais que da última vez.

Por que? Tenho medo da resposta. Dizem que temos sempre duas escolhas para fazer, a mais fácil e a mais difícil, e na maioria das vezes estamos pensando nos outros, em como as pessoas se sentiriam a cada passo que damos no qual alguem acaba se machucando no final, é inevitável. Mas por que quem se machuca no final sou sempre eu? É uma regra isso?

Uma vez na vida parei pra pensar no que EU quero, e não no que os OUTROS querem. Desta forma, senti-me um pouco melhor. O passado sempre volta pra nos assombrar, disso não tenho dúvida alguma, mas cabe somente a mim deixar que ele me assombre, que me impeça de seguir em frente e reconstruir minha vida da melhor forma possível. E mesmo e tendo o conhecimento de que esta é a escolha difícil, aquela que na maioria das vezes deixamos de lado por que é mais trabalhosa, eu opto por ela. Sim, irei pelo caminho mais tortuoso, sabendo que a cada momento poderei chegar a uma encruzilhada e ficar hesitante, sem saber por onde ir, o que fazer. Opto por ela para me reinventar, descobrir a cada passo um novo eu, me surpreender com as coisas das quais sou capaz de fazer, com o desconhecido, com o provavél e o misterioso. Se irá dar certo? Isso é uma icógnita. Se irá doer? Certamente, tudo nessa vida dói e nos fere mais cedo ou mais tarde. Se serei feliz? Ah, e como!! ;D

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Por Mirabelle

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#Ao som de It Must Have Been Love - Roxette