sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Doces Ilusões…

 

 

Parte II – Lavanda

 

Rebeca sentiu suas veias bulirem, as artérias expandindo-se para suportar a demanda de sangue que corria freneticamente por todo seu corpo.

O frenesi logo se dissipou e foi substituído pelo desfalecimento: Suas pernas bambearam e sua vista começou a escurecer. Em vão, tentou agarrar-se à porta para não cair, mas seus pensamentos concentravam-se apenas na única coisa que realmente importava naquele instante: Até quando suportarei?

As pálpebras selaram-se e ela desmaiou.

Acordou deitada em meio a flores, o vento acariciava sua face trazendo consigo um agradável cheiro de lavanda, sua irmã gêmea Katherine ao longe colhia framboesas e colocava-as numa cesta enfeitada com margaridas. Isabel também estava lá, loura e magricela, correndo por entre as flores e esvoaçando seu vestido azul de cetim, bailando na imensidão lilás.

Providas de lábios largos, cabelos negros anelados e belíssimos olhos castanhos, as gêmeas sempre chamavam atenção mesmo com seus dezessete anos de idade. Rebeca e Katherine facilmente podiam ser confundidas, a única diferença fisicamente aparente entre as duas, era a marca de nascença que Rebeca trazia em sua coxa esquerda.

O sol quase ofuscava seus olhos, quando Rebeca ouve Isabel chamando-a de algum lugar distante do campo. Katherine também ouve o chamado e juntas, decidem procurar pela amiga. Caminhando sem saber onde encontrá-la, as gêmeas começam a ficar preocupadas, pois Isabel não respondia aos seus chamados. Foi Katherine quem a viu parada na entrada da gruta. Aproximaram-se às pressas da amiga gritando por ela, mas Isabel não movia nenhum músculo sequer. Ao tocá-la, Rebeca saltou para trás. A expressão na face da garota era terrível, um misto de desespero e agonia.

Foi nesse dia, 27 de Janeiro, que elas encontraram o primeiro corpo. Anos depois, Rebeca ainda lembraria daquela cena do crime, e atordoada com as lembranças, despertou engasgada com um forte cheio de lavanda.

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Continua…

domingo, 22 de novembro de 2009

Doces Ilusões…

 

 

Parte I - A Fuga

 

Rebeca deparou-se com o espelho no caminho do corredor: estava sujo.

Pode observar suas feições nele, e não gostou do que viu: estavam mórbidas.

Delineador nos olhos negros, batom cor de vinho nos lábios secos, e um perfume qualquer no seu pescoço pálido, fez com que se sentisse um pouco melhor, mas não menos imunda.

Já era tarde, e não importa o que acontecesse, ela sabia que estava encrencada.

Cuidadosamente, pegou as chaves em cima da mesa da cozinha, pegou sua bolsa no canto do sofá, e dirigiu-se até a porta.

Sua mão tremia, e só na quinta tentativa, conseguiu encontrar a chave certa. Por uma fração de segundos, sentiu-se aliviada. Imaginou-se chegando ao seu apartamento, descalçando os sapatos, tirando a meia-calça, prendendo os cabelos, jogando as chaves e a bolsa em cima da cama, e tomando um longo e quente banho de sais. Chegou a acreditar que era real, de tão desejado que era o pensamento. Mas enganou-se.

Um ranger de móveis a fez despertar, voltar para a realidade.

Era ele. Só de pensar na palavra "ele", ou qualquer coisa que pudesse lembrá-lo, Rebeca estremecia. Tinha que fugir, o mais rápido possível.

Ao invés disso, ficou questionando-se por tamanha falta de atenção, e ela sabia, sabia que cada milésimo de segundo estava sendo contado: uma bomba prestes a explodir.

Talvez se tivesse deixado o barulho de lado, colocado a chave na fechadura e dado duas voltas, dado os cinco passos até o elevador... Talvez, se ela fosse ágil...

Sim, era ele. Impossível não reconhecer a sua voz, o seu urro irado, sua insatisfação. Antes que pudesse pensar em fugir, ele aparece no fundo do corredor. O rosto coberto de suor do homem transmitia algo que Rebeca infelizmente já sabia: Ele poderia matá-la.

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Continua…

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma (Fantasia). Outra (História). (Mais) Paixão.

Pra noite saiu por querer,
Lábios e olhos delineados de desejo.
No balcão do bar o bem querer:
Um brinde que selou-se com beijo.

Giro e dança no meio do salão,
Batida de rock envolvente.
Livre e leve sensação:
Dois corpos bailando num ritmo ardente.

Por Mirabelle

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PS: Poesia dedicada a um indivíduo, cujo o nome não será revelado. Iremos chamá-lo daqui pra frente de Leon G.T.

;P