Havia um tempo em que os sentimentos transbordavam –de tristeza ou alegria- rendendo boas histórias. A menina dos olhos brilhantes deleitava-se com a infinidade de emoções que enchiam o seu peito e sua mente, preenchendo as linhas de um caderno velho de anotações. Mas esse tempo ficou no passado. Agora o que ocupava sua mente e seus dias era a responsabilidade, que não a deixava em paz nem por um segundo. As vezes, acordava para mais uma vez cumprir suas obrigações, olhava-se no espelho e encarava uma pessoa desconhecida. Quem habita o outro lado do espelho? Essa não sou eu…
Nós mudamos constantemente e, mesmo não percebendo isso quando fazemos uma auto-análise, as pessoas que estão olhando de fora reparam. Somos cegos para os nossos erros e defeitos, mas temos olhos de águia quando se trata de observar os outros. Temos medo de mudanças por que geralmente, elas representam a necessidade de transformarmos as coisas ao nosso redor e a nós mesmos, e no fundo sempre nos sentimos um pouco apegados ao passado, ao corpo, ao material, e precisamos buscar meios para nos auto-superarmos. Mexer com alguma coisa que está quieta é sair do comodismo, e por isso “sacudir a poeira” incomoda tanto.
A menina dos olhos brilhantes hoje é apenas a menina dos olhos. Atentos, desconfiados, esperançosos…Apenas duas esferas observadoras e nostálgicas, que esperam ansiosamente que um dia, um novo brilho apareça, quem sabe até mais cintilante.
#Ao som de Pearl Jam e Muse
3 comentários:
E eu poderia ficar aqui falando por muito tempo e dizer nada, ou muita coisa... E eu te entendo como ninguém quando as vezes penso que não entendo nem um pouco. Mas eu espero que você espere, cada coisa a seu tempo afinal, não?
E você sabe que se o tempo demorar a passar eu estarei aqui, para esperar ele passar junto com você!
Beeijo Jacaré!
Medo de mudar... autoanálise... são temas que muito me interessam. Achei a sua visão bastante sensata.
“Quando eu tinha quatro anos, a professora me fez chorar, me chamando de ‘garoto mau’. Meus pais tentaram me consolar à noite. Eles me disseram: ‘Na vida as coisas nem sempre são nítidas. Não é preto ou branco. E as pessoas não são boas ou más. As pessoas mudam, só isso’. Eu chorei mais ainda, achava assustador ter que mudar. Há três meses eu me sentia mais jovem, tinha mais facilidades e sentia prazer em fazer várias coisas ao mesmo tempo. No colégio eu podia me interessar pelos romancistas franceses, pelos poetas ingleses, pelas fórmulas de matemática, de física e pelos verbos irregulares. Mudar de matéria toda hora não era problema. Aliás, eu nem notava que tinham matérias. O que mudou? O que eu virei? Um imbecil e também um egoísta. E, claro, uma pessoa que não confia em si mesma.” (trecho inicial do filme ‘À FLOR DA PELE – DOUCHES FROIDES/2005’)
“Estou contente porque o outono chegou e finalmente há dias sem provas e competições. Fisicamente, não mudei muito, só recuperei uns quilos. Mas, durante o dia, costumo me sentir meio esquisito. E, às vezes, volto a sentir uma espécie de tranquilidade. Imagino que sou como todo mundo. As pessoas não são boas nem más. Elas mudam, só isso. Mais que isso, elas se transformam. E o que conta é ver e entender em que elas se transformaram. Elas parecem pequenos demônios, de um dia para outro, tornam-se um pouco mais pesadas, um pouco mais leves, mais tristes ou mais lentas, mais nervosas, mais doces, mais duras ou mais humanas.” (trecho final do filme ‘À FLOR DA PELE – DOUCHES FROIDES/2005’)
é isso ae, parabéns pelo blog!
Oiiiiiiii!
Sim, são trechos de um filme frânces, cujo título no Brasil recebeu o nome de 'À flor da pele', mas uma tradução literal daria a ele o nome de 'Duchas frias', o que seria bem mais adequado.
abraxxxxxxxxxxxxx
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